O curioso campo de futebol no Ceará com uma casa DENTRO
Na cidade de Mucambo (CE), existe um campo único: a Arena Caldeirão conta com uma casa dentro
Quando o Nova Geração joga em casa, seus jogadores podem dizer que isso é literalmente. Sim, porque além de ser o campo do time, existe uma casa DENTRO do campo. Essa é a curiosa história da Arena Caldeirão, na zona rural de Mucambo, cidade do Ceará.
Quem surgiu primeiro, o campo ou a casa? Bem, depende. Pra entender o contexto dessa cancha única, é preciso voltar no tempo.
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Como surgiu isso?
Era uma vez uma antiga bodega no Sítio Caldeirão, povoado de Mucambo. Em 1997, moradores apaixonados por futebol fizeram um campo de terra batida logo ao lado. Por conta do espaço limitado, a linha lateral passou colada numa das paredes do imóvel.
O dono do comércio, à época, era Zé Soares – também proprietário das terras que abrigam metade do campo de jogo. Num período em que o campo ficou sem uso, ele decidiu construir um cômodo atrás da bodega. Avançando sobre o que seria a cancha.
Quando a turma retomou o futebol no local, em 2011, o problema. Havia um cômodo de 24 m² dentro das quatro linhas. Ao todo, 6m acompanhando a linha lateral, e 4m em direção ao centro – mesmas medidas da parte do imóvel situada para fora do campo.
“A gente teve que criar uma regra própria. Se a bola bate na parede ou no telhado, segue o jogo normalmente”, explica Inácio Augusto, presidente do Nova Geração, único time amador do Sítio Caldeirão, a 7 km da sede de Mucambo.
“A gente teve que criar uma regra própria. Se a bola bate na parede ou no telhado, segue o jogo normalmente”. (Inácio Augusto, presidente do Nova Geração)
Todo mundo conhece
Claro que o campo da Arena Caldeirão ganhou fama na cidade, localizada a 300 km de Fortaleza. “Todo mundo que vem jogar contra a gente faz fotos e vídeos do campo que tem uma casa dentro”, relata Inácio, operário de 44 anos.
Antes dos jogos, o time do Nova Geração informa as “regras da casa”: se a bola bate no corpo estranho, o jogo não para. Vale, inclusive, fazer tabelinha com a parede. “Às vezes os adversários esquecem, e os meninos aproveitam”, alerta Inácio.
O imóvel tem uma porta em um dos lados, mas não no outro. “A gente brinca que, se tivesse portas dos dois lados, passaríamos com a bola por dentro da casa”, diverte-se Inácio.
“Todo mundo que vem jogar contra a gente faz fotos e vídeos do campo que tem uma casa dentro”. (Inácio Augusto, presidente do Nova Geração)
Casa sem uso
O cômodo, depois de construído, acabou não sendo utilizado. Zé Soares mudou-se para Fortaleza, junto com a família. A casa ficou desocupada, e com as boladas, seu desgaste se acentuou. Por ironia, uma rachadura na parede segue a linha lateral. “Não emendaram os imóveis direito”, indica Inácio.
Já a bodega vizinha hoje é um bar, mantido pelo marido de uma sobrinha de Zé Soares. O local é o point da galera em dias de futebol. “Estamos de lado para o campo, mas na hora do jogo o pessoal espalha as cadeiras perto da linha pra conseguir ver”, conta Francisco Alves Lima, mais conhecido como Evandro.
Futuro da casa?
O dono do bar já foi jogador amador. “Aposentou-se da bola”, como diz, mas mantém a preocupação quanto a possíveis acidentes. Por isso, ele cogita derrubar o cômodo que invade o campo. “Vai que alguém bate a cabeça na parede. É um risco”, teme Evandro.
A esposa dele discorda. E promete respeitar o desejo do proprietário do imóvel, construído originalmente em 1974. “Tio Zé está debilitado, faz tratamento de saúde em Fortaleza e não pode voltar a Mucambo. Ele não quer que derrube o cômodo”, avisa Sandra Soares.
Seu Zé, aposentado de 77 anos, confia na parente que restou no povoado. “Essa casa é uma relíquia. Foi onde meus cinco filhos cresceram e onde minha esposa faleceu”, define, emocionado.
“O pessoal foi enxerido de construir o campo no local. Pode mudar o campo pra outro terreno meu”, sugere Zé Soares. Se depender do dono, a casa vai seguir intacta. O futebol raiz, claro, agradece.
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