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Casal que foi a 81 estádios da Grande Buenos Aires indica o que vale visitar

Marina Cellillo e Fernando Monke comandam o projeto Groundspotters, especializado em viajar a estádios

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O casal que mantém o projeto Groundspotters já foi a quase todos os estádios da Grande Buenos Aires (Foto: Reprodução)
O casal do Groundspotters já foi a quase todos os estádios da Grande Buenos Aires (Foto: Reprodução)

Você quer viajar para ver futebol em Buenos Aires? Dê uma passada antes pelo perfil de Instagram Groundspotters, do casal de argentinos Marina Cellillo e Fernando Monke. Poucos sabem tanto quanto eles. Com conhecimento de causa.

Viajantes de estádios, eles já foram, até o momento desta entrevista ao Verminosos por Futebol, a 81 dos 87 estádios de times da região metropolitana de Buenos Aires, participantes da 1ª a 5ª divisões do Campeonato Argentino.

Paraíso do groundhopping

“Felizmente vivemos na cidade com mais estádios de futebol profissional no mundo”, constata Fernando, estudante de Turismo de 36 anos. Em 2019, ele e Marina, profissional de Comunicação Social de 39 anos, abriram o projeto Groundspotters.

A página é especializada em “groundhopping” – o termo em inglês que designa a mania de passear para conhecer estádios e ver jogos de futebol, popular na Inglaterra e na Alemanha.

Desbloqueando estádios

Desde que passou a contabilizar seus passeios, em 2021, o casal foi a estádios 167 vezes, em 153 jogos, e sendo 101 estádios diferentes. Sem contar todas as partidas do Independiente, de quem são torcedores desde a infância e sócios.

Marina e Fernando viram futebol em muitas cidades do mundo. Mas a especialidade deles, claro, é a Grande Buenos Aires, região metropolitana formada pela cidade de mesmo nome e outros 40 municípios da província de Buenos Aires.

“Graças aos nossos conhecimentos sobre Buenos Aires, ajudamos quem deseja nos visitar. Nestes tempos onde tudo é negócio, tudo deve ser rentável, é impagável que alguém nos agradeça quando ajudamos em sua viagem à Argentina ou que alguém nos ajude quando visitamos sua cidade”, registra Fernando.

“Nestes tempos onde tudo é negócio, é impagável que alguém nos agradeça quando ajudamos em sua viagem à Argentina”. (Fernando Monke)

O que vale ver na Argentina?

Quais os programas imperdíveis para fazer no futebol argentino? O groundhopper indica abaixo, em entrevista ao Verminosos por Futebol.

Marina Cellillo e Fernando Monke são torcedores do Independiente desde a infância (Foto: Acervo pessoal)
Marina Cellillo e Fernando Monke são “hinchas” do Independiente desde criança (Foto: Acervo pessoal)

“Em Buenos Aires, há estádios para todos os gostos”

Verminosos por FutebolQuando surgiu o projeto Groundspotters?
Fernando Monke – Foi em 2019, investigando para a tese universitária de Marina, sobre a atividade de groundhopper, e como ela é forte, principalmente na Europa. Em 2020, com a pandemia de Covid-19, com mais tempo para se dedicar e a nostalgia de não poder ir às canchas, começamos a compartilhar material nas redes sociais.

VerminososVocês se conheceram graças ao Independiente, é isso?
Fernando – Estamos juntos há 15 anos, convivendo há dez e casados há oito. Tínhamos grupos de amigos e lugares em comum, como a universidade, mas não nos conhecíamos. Nós somos torcedores e sócios do Independiente. Desde pequenos, por influência dos nossos pais, que se conheceram na tribuna da Doble Visea, a antiga cancha do Independiente. O clube rege nossa vida. Nossos primeiros encontros foram em jogos do Independiente fora de casa, quando se permitia torcida visitante na Argentina. Para além disso, visitar estádios faz parte da nossa rotina. A cada fim de semana, nas férias, viagens curtas por outros motivos. A gente está sempre vendo os calendários e possibilidades.

VerminososVocês viram quantas partidas em quantos estádios?
Fernando – Lamentavelmente não temos a conta de nossa vida desde que estamos juntos. No fim de 2021, por uma organização do Groundspotter, passamos a contabilizar. Desde esse dia, fomos a estádios 167 vezes, em 153 jogos e sendo 101 estádios diferentes. Isso sem contar todas as partidas do Independiente. No exterior, tivemos a sorte de ir a jogos em Liverpool, Barcelona, ​​Amsterdã e Montevidéu, e pudemos conhecer estádios em Londres, Manchester, Paris, Praga, Berlim, Munique, Madrid e Sevilha.

Marina Cellillo e Fernando Monke já visitaram estádios de muitos países (Foto: Acervo pessoal)
Marina Cellillo e Fernando Monke já visitaram estádios de muitos países (Foto: Acervo pessoal)

Estádios de Buenos Aires

VerminososEm Buenos Aires, vocês viram quantos jogos em quantos estádios?
Fernando – Felizmente vivemos na cidade com mais estádios de futebol profissional no mundo. Na Grande Buenos Aires, a região metropolitana da capital, existem 87 estádios entre a primeira e a quinta divisão argentina, e estivemos em 81 deles. Há um estádio que começou a ser usado em 2024 sem público e, ao mesmo tempo, neste ano foi inaugurada a 5ª divisão, com novos times, por isso ainda temos alguns estádios a conhecer.

> Curiosidade: Dentre os 87 estádios de clubes da região metropolitana de Buenos Aires na 1ª a 5ª divisões da Argentina, 36 são de times situados na cidade de Buenos Aires.

“Na Grande Buenos Aires, existem 87 estádios entre a primeira e a quinta divisão argentina, e estivemos em 81 deles”. (Fernando Monke)

VerminososÉ comum o hobby de passear para visitar estádios na Argentina?
Fernando – O groundhopping não é muito comum na Argentina, e não há tantos praticantes. Não é normal ou bem visto ir ver outras equipes. No caso de determinados estádios ou times, pode ser inclusive inseguro se perceberem que você é torcedor de outro clube. O custo de ingressos, as distâncias e os meios de transporte são outras questões que prejudicam o desenvolvimento da atividade em nosso país.

Na Argentina não há público visitante há 11 anos. Nos últimos anos houve algumas exceções para partidas de copas, decisões ou em estádios de determinadas regiões. Através do Groundspotters tivemos a possibilidade de voltar a muitos estádios, conhecê-los ou redescobri-los com as mudanças ao longo dos anos.

VerminososQuais as histórias mais legais que vocês viveram nesses passeios?
Fernando – O melhor é a oportunidade de entrar em contato com pessoas de todo o mundo tendo o futebol como linguagem universal. Graças aos nossos conhecimentos pessoais sobre Buenos Aires, ajudamos quem deseja nos visitar. Trocamos adesivos, presentes, compartilhamos uma cerveja antes de entrar num estádio. A possibilidade de atravessar o Rio da Prata e receber ou dar uma ajuda como se conhecesse a pessoa por toda a vida. Nestes tempos onde tudo é negócio, tudo deve ser rentável, é impagável que alguém nos agradeça quando ajudamos em sua viagem à Argentina ou que alguém nos ajude quando visitamos sua cidade. Pontualmente, em 2017, graças a uma troca de emails com o site do Slavia Praga sobre visitas ao estádio do clube, por não estar havendo passeios no dia da nossa ida, recebemos uma visita personalizada.

“O melhor é a oportunidade de entrar em contato com pessoas de todo o mundo tendo o futebol como linguagem universal”. (Fernando Monke)

Os criadores do Groundspotters já visitaram estádios de todos os tipos, como o República de Italia, do Club Sportivo Italiano (Foto: Acervo pessoal)
Os argentinos já visitaram estádios variados, como o República de Italia, do Club Sportivo Italiano (Foto: Acervo pessoal)

Programas imperdíveis

VerminososVocê poderia enumerar para um brasileiro os programas mais imperdíveis a serem feitos no futebol argentino?
Fernando – Mentiríamos se não citássemos em primeiro lugar o estádio Libertadores de América, do Independiente. É a nossa casa, nosso lugar no mundo. Para todo fanático, não existe outro lugar como seu próprio estádio.

Além disso, tudo ao redor dos estádios de River Plate e Boca Juniors, por anos de uma estrutura preparada para visitas de estrangeiros em suas partidas.

O estádio Tomás A. Ducó, do Huracán, é uma alegria arquitetônica, um dos favoritos de muitos groundhoppers. O estádio do Deportivo Espanhol, com capacidade para 30 mil pessoas, na 4ª divisão, é outro muito bonito.

Existem equipes na 2ª divisão com atmosferas até melhores do que em alguns jogos da 1ª divisão: Chacarita, Nueva Chicago, Quilmes, Deportivo Morón, Almirante Brown e Laferrere, para mencionar alguns.

Também há estádios com particularidades que são atrativos, como o Saturnino Moure, do Victoriano Arenas, em virtude do seu terreno; o La Barranca Quilmeña, do Argentino de Quilmes, por sua fachada; ou o Arquiteto Ricardo Echeverri, do Ferro Carril, o segundo estádio mais antigo da América do Sul, com uma cobertura única. Se for por modernidade, o estádio UNO, do Estudiantes de La Plata.

Por sorte, em Buenos Aires, como em toda a Argentina, há estádios para todos os gostos e expectativas, e em todos eles se vive o futebol com a mesma paixão e fanatismo.

“Em Buenos Aires, como em toda a Argentina, há estádios para todos os gostos e expectativas, e em todos eles se vive o futebol com a mesma paixão e fanatismo”. (Fernando Monke)

> Fernando Monke, de 36 anos, nasceu em Miramar e é estudante de Licenciatura em Turismo. Marina Cellillo, de 39 anos, nasceu em Buenos Aires e é profissional de Comunicação Social. Ambos moram em Buenos Aires e são torcedores apaixonados do Independiente.

Fique sabendo:

A Área Metropolitana de Buenos Aires (Amba, na sigla em espanhol) é formada pelos distritos da cidade de Buenos Aires e por 40 municípios, todos da província de Buenos Aires: Almirante Brown, Avellaneda, Berazategui, Berisso, Brandsen, Campana, Cañuelas, Ensenada, Escobar, Esteban Echeverría, Exaltación, Ezeiza, Florencio Varela, Gral. Las Heras, Gral. Rodríguez, Gral. San Martín, Hurlingham, Ituzaingó, José C. Paz, La Matanza, La Plata, Lanús, Lomas de Zamora, Luján, Malvinas Argentinas, Marcos Paz, Merlo, Moreno, Morón, Quilmes, Pilar, Presidente Perón, San Fernando, San Isidro, San Miguel, San Vicente, Tigre, Tres de Febrero, Vicente López e Zárate. A região metropolitana concentra 35% da população argentina.

Serviço:

Siga o projeto Groundspotter

Marina Cellillo e Fernando Monke vivem em Buenos Aires (Foto: Acervo pessoal)
Marina Cellillo e Fernando Monke vivem em Buenos Aires (Foto: Acervo pessoal)

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