O campeonato amador de Curitiba é tão massa que tem até guia de apresentação
Conversamos com o site Do Rico ao Pobre, que produz desde 2014 o Guia da Suburbana
Se você participa de algum campeonato amador de futebol Brasil afora, se encha de inveja. Se você é de Curitiba, pode ter orgulho. Nenhum torneio do gênero no país possui tamanha organização quanto a Suburbana, como é conhecida a liga curitibana, promovida desde 1941. Uma competição tão massa que, veja só, possui até guia de apresentação.
O Guia da Suburbana, produzido desde 2014, é uma iniciativa do site Do Rico ao Pobre, de Curitiba, especializado no futebol amador paranaense. Desde a primeira, já foram quatro edições da publicação, disponibilizada gratuitamente na internet. Cada revista conta com cerca de 40 páginas, tendo a apresentação de todos os times participantes.
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Algumas dessas equipes são bastante tradicionais, como o Iguaçu, que em 2019 completa 100 anos. Outros têm uma estrutura superior a maioria dos clubes profissionais do Brasil, caso do Trieste, fundado em 1937, que possui um estádio com capacidade para 2.500 torcedores, todo com cadeiras cobertas, além de um complexo esportivo completíssimo.
Equipe especializada
“Em 2018, a apuração levou cerca de duas semanas. Nós já estamos há algum tempo no meio do futebol amador, então temos os contatos dos treinadores e dos diretores dos clubes. Fica relativamente fácil conseguir as informações”, explica o jornalista Yuri Casari, um dos autores da publicação, ao lado de Rafael Buiar – fundador do site –, Vinicius do Prado e Gabriel Sawaf.
A edição de 2019 da Suburbana, em que o Trieste defenderá o título, como sempre está prevista para o segundo semestre. A intenção da turma é ter o guia também em versão impressa. “Nós pretendemos isso desde 2016, mas o custo de produção acaba freando nossa vontade. Estamos buscando parceiros”, adianta Yuri. Seria um feito a mais para o futebol amador mais profissional do país.
Veja abaixo entrevista com Yuri Casari.
“É um trabalho que parece simples, mas na prática é muito exaustivo”
Verminosos por Futebol – Já foram quantas edições do Guia da Suburbana?
Yuri Casari – O primeiro Guia da Suburbana foi realizado em 2014, quando Rafael Buiar, criador do Do Rico ao Pobre, ainda trabalhava sozinho no site. Em 2016, já com uma equipe maior, a ideia de fazer o Guia voltou à tona, e realizamos o guia das últimas três edições da Suburbana.Verminosos – Quem participou do guia de 2018?
Yuri – O guia desse ano foi realizado por quatro jornalistas: Yuri Casari, Rafael Buiar, Vinicius do Prado e Gabriel Sawaf. O Buiar está desde a primeira edição, naturalmente. Eu e Vinicius estamos desde 2016 e o Gabriel entrou em 2017.Verminosos – A produção da edição de 2018 demorou quanto tempo?
Yuri – A apuração levou cerca de duas semanas, que foi o tempo entre o fim da Copinha e da Taça Paraná, torneios do primeiro semestre, e o início da Suburbana. Mas o projeto gráfico já estava estabelecido previamente.Verminosos – Vocês conhecem outro guia de um campeonato amador no Brasil?
Yuri – Sei que há publicações em outros países voltadas apenas ao futebol amador, como na Inglaterra. Mas um guia de pré-temporada, eu desconheço.“Sei que há publicações em outros países voltadas apenas ao futebol amador, mas um guia de pré-temporada, eu desconheço”. (Yuri Casari)
Verminosos – Como vocês conseguem informações de preparação de tantos times amadores de Curitiba?
Yuri – Bom, nós já estamos há algum tempo no meio do futebol amador. Então temos os contatos dos treinadores, dos diretores dos clubes. Fica relativamente fácil conseguir as informações, as entrevistas. O grande problema é fechar os elencos. Normalmente os clubes amadores deixam para inscrever a maior parte dos jogadores no BID faltando um ou dois dias para o início da competição. Em relação às fotos, algumas vezes contamos com a colaboração dos próprios clubes e também temos que correr atrás dos nossos arquivos, que já possui mais de 30 mil fotos de jogos.Verminosos – Teve algum retorno interessante que vocês já receberam?
Yuri – Acredito que o que mais se destaca para nós é ter a noção de como funciona trabalhos maiores, como os guias da Placar, guias de revistas estrangeiras. Conseguimos entender como alguns erros passam pela revisão. Não lembro se foi na edição de 2017, ou 2018, mas colocamos um jogador em dois clubes diferentes. É um trabalho que parece simples quando você vê o resultado final, mas na prática se percebe que é muito exaustivo. Sobre o retorno do público, é sempre muito positivo, inclusive por parte dos clubes, dos jogadores envolvidos, que entendem que o objetivo do nosso trabalho é valorizar o trabalho deles, divulgando o futebol amador da cidade.Verminosos – Vocês pretendem ter uma versão impressa do guia no futuro?
Yuri – Nós pretendemos ter o guia impresso desde a edição de 2016. Mas o custo de produção acabava freando essa nossa vontade. Um dos objetivos para 2019 é ter o Guia da Suburbana no papel. E, para isso, estamos buscando parceiros desde agora, para que no meio do ano possamos rodar esse projeto.Verminosos – Fora os guias, como é o acompanhamento de vocês aos jogos da Suburbana no dia a dia?
Yuri – Nós realizamos uma cobertura completa da competição, da primeira rodada até a final. Tentamos sempre cobrir ao menos três jogos por fim de semana, das séries A e B, e colocamos sempre como uma meta cobrir ao menos uma vez todos os clubes participantes. Em 2018, por exemplo, conseguimos acompanhar pelo menos uma vez todos os 31 clubes. Atualmente, nossa cobertura trabalha com a crônica do jogo, que vai para o site, cobertura fotográfica, entrevistas em vídeo, e quando temos equipamento e equipe disponível, realizamos também reportagens em vídeo. Além disso, também produzimos alguns materiais especiais, como entrevistas com jogadores históricos, entrevistas com atletas da categoria juvenil, entre outros tipos de reportagens. E, desde 2018, também estamos cobrindo o futebol amador de Ponta Grossa.Verminosos – Além do Do Rico ao Pobre, quais outros veículos fazem cobertura da Suburbana?
Yuri – Ainda que sejam poucos, dá para dizer que Curitiba é privilegiada nesse sentido em relação a outras praças, e a internet, claro, ajuda muito nisso. Na web, tem o nosso site e o Futebol Metrópole, blog do jornalista Leonardo Bonassoli. Nas rádios e web rádios há algumas equipes que fazem a cobertura da competição também. A mais destacada atualmente é a Equipe Rolando a Bola, da Capital Sul FM, que tem profissionais experientes nesse meio. No impresso, tem um jornal quinzenal chamado Balançando a Rede, que faz um geral sobre o futebol amador da Região Metropolitana de Curitiba, e tem a coluna do Levi Mulford, o decano da imprensa da capital, na Tribuna do Paraná, o mais importante diário da cidade no momento. E recentemente, as TVs locais voltaram a dar atenção nos programas dominicais.Verminosos – Vocês conhecem outro campeonato amador no Brasil que receba tanta atenção da mídia e de veículos independentes?
Yuri – Conhecemos alguns campeonatos importantes no país, como a Copa Itatiaia, o Peladão de Manaus e o Estadual de Amadores de Santa Catarina, mas acredito que a Suburbana receba uma atenção diferenciada da mídia local em relação a essas outras competições.“Conhecemos alguns campeonatos importantes no país, mas acredito que a Suburbana receba uma atenção diferenciada da mídia local”. (Yuri Casari)
Verminosos – O que vocês acharam da edição de 2018 do campeonato? Me mata uma curiosidade, de todos os participantes, quantos possuem seus próprios campos/estádios?
Yuri – Foi um pouco previsível, para falar a verdade. Iguaçu e Trieste, como esperado, decidiram o torneio pelo segundo ano consecutivo, e as equipes que haviam subido no ano anterior voltaram a ser rebaixadas, assim como aconteceu na edição 2017. Mesmo sendo um futebol amador, as equipes de maior investimento têm se sobressaído, naturalmente. Particularmente, acho a Série B da Suburbana até mais empolgante, pela disputa ser mais equilibrada. Mas o melhor de tudo foi o bom público nas finais, em ambas as divisões. Sobre os estádios, alguns são particulares, outros são concessões públicas com contratos a perder de vista. Mas dos 31 times que jogaram em 2018, é possível dizer que uns 25 ou 26 têm um estádio/campo para chamar de seu.Serviço:
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