Em 2022, depois de anos atuando em ligas municipais, o Club Mercedes voltou a uma competição da Associação Argentina de Futebol, a AFA. Hoje ele é um dos participantes da Primera C, a 4ª divisão dentre as cinco da Argentina. Isso reacendeu uma polêmica: qual o time mais antigo do país?

Para o Club Mercedes, não há dúvidas. Tanto que se autointitula de Reitor de América (o “decano” do continente, em português).

Mas nem todos os argentinos compartilham dessa visão. O clube da cidade de Mercedes, na província de Buenos Aires, foi fundado em 1875, somente 12 anos depois do surgimento do futebol na Inglaterra.

Porém, em seu início o Mercedes era um clube social – seu nome era exatamente esse, Club Social. Somente em 1935, tornou-se um clube esportivo – com o nome, simplesmente, de Club Mercedes.

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Polêmica sobre o mais antigo

Entre os argentinos, a questão é: o que define o time argentino mais antigo? É o ano de fundação da agremiação ou a filiação a uma entidade de futebol?

O Gimnasia de La Plata foi fundado em 1887, porém a prática de futebol veio somente em 1903. Já o Quilmes também surgiu em 1887, cinco meses depois, mas já como equipe de futebol.

Com a incorporação do Club Mercedes à AFA em 2022, a polêmica se aprofundou na mídia esportiva argentina.

Outro ponto debatido foi a própria inclusão do Mercedes no campeonato nacional. No país, é raro a entrada de clubes na competição, feito que tinha ocorrido pela última vez em 2017, com o Real Pilar. A escolha foi considerada “estranha”.

O Mercedes disputou a Primera D, a 5ª divisão, em 2022 e 2023, e ascendeu à Primera C em 2024 junto com todos os outros participantes da Primera D, após a criação da nova 5ª divisão, o Torneo Promocional Amateur.

Apesar de nenhum sucesso nacional, o Club Mercedes é multicampeão municipal, com 24 títulos da Liga Mercedina de Futebol.

O time não tem estádio próprio, mas é bem estruturado. Seu patrimônio conta com três sedes, além de 2 mil sócios, algo incomum no degrau mais baixo do futebol argentino. História e potencial para voos mais altos.

— Artigo com consultoria de Fernando Monke, do projeto Groundspotter.

> Reportagem produzida por Yuri de Melo, com edição de Rafael Luis Azevedo, do Verminosos por Futebol.

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