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Campos é tradição! Cidade do interior do Rio de Janeiro tem 4 clubes centenários

A cidade de Campos dos Goytacazes, terra de Didi e Amarildo, é casa de Americano, Goytacaz, Campos e Cruzeiro, além do Rio Branco, atualmente licenciado

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Museu celebra a tradição do futebol de Campos dos Goytacazes (Foto: Wesley Machado)
Museu celebra a tradição do futebol de Campos dos Goytacazes (Foto: Wesley Machado)

Por Wesley Machado

Waldir Pereira, o Didi “Folha Seca”, foi eleito o melhor jogador da Copa de 1958, na Suécia, quando a seleção brasileira conquistou seu primeiro título mundial no futebol. Na premiação, Didi desbancou Pelé e Garrincha. Em 1993, foi publicada pelo escritor Péris Ribeiro a 1ª edição do livro “Didi, o Gênio da Folha Seca”, uma das primeiras biografias de jogador no Brasil, quando o mercado editorial de livros de futebol ainda era incipiente.

Natural de Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro, Didi jogou no São Cristóvão, no Industrial e no Rio Branco e fez amistosos por Americano e Goytacaz na sua cidade natal. Transferiu-se para o Madureira-RJ, teve uma curta passagem pelo Lençoense-SP e foi jogar no Fluminense, onde foi campeão carioca de 1951 e da Copa Rio de 1952.

Contratado a peso de ouro pelo Botafogo, foi três vezes campeão carioca (1957-61-62) e campeão do Torneio Rio-São Paulo pelo Glorioso. Transferiu-se para o Real Madrid, da Espanha, voltou ao Botafogo e jogou ainda no Sporting Cristal, do Peru; Veracruz, do México; e no São Paulo, onde pendurou as chuteiras em 1966.

Em seguida, Didi iniciou a carreira de técnico de futebol. Treinou a Seleção do Peru na Copa de 1970; River Plate, da Argentina (1970-72); Fenerbahçe, da Turquia, onde conquistou dois Campeonatos Turcos (1973/74-1974/75) e uma Supercopa da Turquia (1974/75); Fluminense (1975); Al-Ahli, da Arábia Saudita, onde foi campeão da Copa do Rei de 1979; Cruzeiro-MG (1981), Seleção de Novos do Equador (1981), Botafogo (1981), Alianza Lima do Peru (1986) e Bangu-RJ (1989).

Didi faleceu no dia 12 de maio de 2001 por complicações de um tumor no fígado. Eu sou de 1981. Portanto, em 2001, eu tinha 20 anos. E até então eu não havia ouvido falar de Didi. Só fui saber da história de Didi depois de conhecer por volta de 2004 o seu biógrafo, Péris Ribeiro, de quem fiquei amigo e que se tornou meu mestre na crônica de futebol.

Muitos até mesmo em Campos dos Goytacazes-RJ, terra de Didi, ainda não conhecem a história deste craque de expressão mundial, que deveria ser ídolo nacional. Didi também foi campeão mundial pelo Brasil em 1962, no Chile. Ele foi citado nas músicas “Frevo do Bi”, de Jackson do Pandeiro, e “O Futebol”, de Chico Buarque.

Este nariz de cera introdutório sobre Didi é para mostrar a relevância deste jogador de futebol, não só para Campos e o Brasil, bem como para o mundo. É preciso que as pessoas conheçam a história de Didi, seus feitos e glórias, mas também as dificuldades pelas quais passou, como uma contusão que quase lhe custou a amputação de uma perna e o boicote que sofreu no Real Madrid. Essas histórias estão no livro de Péris Ribeiro, que está em sua 3ª edição e pode ser encontrado na internet.

Outro craque internacional

Além de Didi, Campos dos Goytacazes tem outro jogador de futebol campeão mundial com a seleção brasileira. Trata-se de Amarildo “Possesso”, alcunha atribuída por Nelson Rodrigues. Amarildo substituiu Pelé, que se contundiu, na Copa de 1962. O “Possesso” fez os dois gols da virada de 2 a 1 sobre a Espanha no terceiro e último jogo da primeira fase e mais um gol na final contra a Tchecoslováquia.

Amarildo, que está vivo, começou no Goytacaz, jogou no Flamengo, Botafogo e Vasco no Rio de Janeiro e no Milan, Fiorentina e Roma, na Itália. Na foto dos campeões de 1962, a única cidade que tem dois jogadores é Campos dos Goytacazes, que tem esse nome devido a seus vastos campos.

Seleção campeã do mundo em 1962 contou com dois jogadores de Campos (Foto: Reprodução)
Seleção campeã do mundo em 1962 contou com dois jogadores de Campos (Foto: Reprodução)

Outros jogadores campistas

Didi “Folha Seca” e Amarildo “Possesso” são os maiores expoentes de Campos dos Goytacazes no futebol. Mas não são os únicos. A planície que revelou dois campeões mundiais também é a terra de jogadores como Mario Seixas, que jogou na seleção brasileira e é um dos maiores artilheiros do Santos; Amaro Silveira, que era pai de Amarildo “Possesso” e também jogou na seleção brasileira, convocado quando jogava no Goytacaz; e Soda, que também serviu a seleção brasileira quando jogava no Americano.

A cidade de Didi e Amarildo também é a terra de Lelé, do Vasco, citado na música “No Boteco do José”, do sambista campista Wilson Baptista; Hélvio “Piteira”, do Fluminense, do Santos e da seleção brasileira; Tite, do Santos, que ensinou Pelé a tocar violão e escreveu o livro “Futebol x Música”; Pinheiro, por muitos anos capitão do Fluminense e que serviu à seleção brasileira na Copa de 1954.

Mais recentemente outros jogadores de Campos dos Goytacazes se destacaram em nível nacional e internacional, como Acácio, do Vasco, que serviu a seleção brasileira na Copa de 1990; Odvan, do Vasco; Léo, do Santos; Alessandro, do Atlético Paranaense-PR; Gil, do Corinthians, agora no Fluminense, estes que foram convocados para a seleção brasileira; Wederson “Nunu”, que jogou na Turquia; e Bruno Rangel, o maior artilheiro da Chapecoense, que faleceu no acidente aéreo de 2016, entre outros.

E os clubes da cidade

Campos dos Goytacazes tem quatro clubes centenários em atividade. Um deles é o Goytacaz (1912), que disputou por muitos anos a primeira divisão do Nacional, foi vice-campeão da Taça de Prata de 1985, tem como torcedor ilustre o ator campista Tonico Pereira e foi eleito o time com a quinta maior torcida do estado do Rio de Janeiro em uma pesquisa da Revista Placar na década de 1970. Atualmente encontra-se licenciado.

O Campos, popular Roxinho (1912), foi vice-campeão da Série B do Carioca em 2016 e se classificou para a primeira divisão do Carioca de 2017, quando retornou a Seletiva e o time não teve a oportunidade de jogar com os grandes clubes do Rio de Janeiro. O Roxinho, um dos únicos clubes do Brasil que tem a cor roxa como oficial no uniforme, foi o primeiro time do estado do Rio de Janeiro campeão com uma equipe formada em sua maioria por jogadores negros, fato acontecido em 1918. Atualmente disputa a 5ª divisão do Carioca.

Além destes dois, o mais conhecido deles é o Americano (1914), que disputou por muitos anos as primeiras divisões do Brasileiro e do Carioca, foi campeão do módulo azul de 1987 e campeão da Taça Guanabara e da Taça Rio de 2002. Teve o jogador Poly convocado para a Copa de 1930 no Uruguai, teve seu estádio Godofredo Cruz demolido em 2013 e está construindo um novo estádio. Atualmente está na segunda divisão do Carioca.

O quarto clube centenário de Campos dos Goytacazes é o Cruzeiro (1920), várias vezes campeão amador da região da Baixada Campista e que tem uma torcida apaixonada.

O Rio Branco (1912), também centenário, que está licenciado, foi campeão fluminense de 1961 e disputou a Taça Brasil de 1962. É um dos poucos clubes do Brasil que tem a cor rosa como oficial no uniforme. Recentemente vendeu grande parte da sua área social para a construção de um shopping e um supermercado.

O Sapucaia, time dos trabalhadores da usina homônima de cana de açúcar, fundado em 1938, foi campeão fluminense de 1974 e retornou às competições amadoras recentemente.

Cronistas locais

Campos dos Goytacazes também revelou cronistas de futebol, como Oldemário Touguinhó, compadre de Pelé, autor de vários furos de reportagem sobre o Rei do Futebol e dos livros “As copas que eu vi” (1994) e “Maracanã: onde todos são iguais” (1998), ambos publicados pela editora Relume-Dumará; o próprio Péris Ribeiro, biógrafo de Didi “Folha Seca”, jornalista da Revista Placar e que escreveu outros livros de futebol; Elso Venâncio, o Repórter Elso, da Rádio Globo; Eraldo Leite, que foi presidente da Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (Acerj) e da Associação de Cronistas Esportivos do Brasil (ACEB), trabalhou por muitos anos na Rádio Globo e se transferiu recentemente para a Rádio Tupi; e Cahê Mota, do GE e do Sportv.

Um pequeno espaço onde um pouco do futebol campista pode ser apreciado é no Memorial do Futebol Campista, localizado na parte externa do ginásio esportivo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) Campus Campos Centro, no endereço Rua Dr. Siqueira, 273, Parque Dom Bosco, em Campos dos Goytacazes. O local conta com troféus, chuteira, bola, quadros, entre outros artigos relacionados ao futebol campista. O IFF funciona de segunda a sexta-feira das 9 às 21 horas. A entrada é pelo setor de visitantes. Oportunidade para conferir toda essa tradição do futebol campista.

Clubes de Campos dos Goytacazes:


Goytacaz (1912) – licenciado


Campos Atlético (1912)


Rio Branco (1912) – licenciado


Americano (1914)


Cruzeiro (1920) * amador


Sapucaia (1938) * amador

Serviço:

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> Wesley Machado é jornalista de Campos dos Goytacazes.


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