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O dia da maior zebra da história das Copas

Reportagem reproduzida do Portal da Copa, site do Governo Federal sobre o Mundial de 2014, de autoria de Carol Delmazo. […]

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A vitória dos Estados Unidos sobre a Inglaterra foi uma da maiores zebras da história do futebol

Reportagem reproduzida do Portal da Copa, site do Governo Federal sobre o Mundial de 2014, de autoria de Carol Delmazo.

Quando Plínio Barreto saiu de casa na tarde de 29 de junho de 1950, a expectativa era enorme. Finalmente chegara o dia do confronto entre a poderosa seleção da Inglaterra e o quase desconhecido time norte-americano. O jovem jornalista de 27 anos estava prestes a testemunhar uma partida de Copa do Mundo. Depois de várias visitas à obra do Estádio Independência, em Belo Horizonte, era a hora de tomar lugar nas arquibancadas do “Colosso do Horto”, como descreviam os jornais da época. E não faltavam apostas.

“Era grande a ansiedade em torno do English Team. Pensava nuns 6 a 0. Tinha gente que apostava em 10 ou 12 gols. A gente queria espetáculo”, conta Plínio, hoje com 90 anos.

O time da Inglaterra subestimou os EUA

No mesmo estádio, o também jornalista Afonso de Souza preparava o caderninho de anotações. Belo Horizonte recebeu três partidas do Mundial de 1950. A primeira havia sido no dia 26 de junho, quando a Iugoslávia derrotou a Suíça por 3 a 0. Em 2 de julho, o Uruguai aplicaria uma goleada de 8 a 0 na equipe boliviana. Afonso esteve lá e cobriu os jogos para a imprensa local. Mas nada se comparou à partida entre Inglaterra e Estados Unidos.

“Tinha jornalista de tudo quanto é canto. A gente fazia entrevista com os jogadores estrangeiros, batia papo. Sempre aparecia algum intérprete para ajudar. Mas Inglaterra x EUA foi o que mais despertou interesse e sensação”, conta Afonso, também com 90 anos.

Quando o assunto é a famosa partida, a memória dos dois impressiona. Como os mais de 10 mil torcedores mineiros no Independência, Plínio também queria ver a chuva de gols dos ingleses. Mas a história foi bem diferente do esperado. Desenhou-se, naquele dia, o que ele considera a maior zebra internacional de todos os tempos.

Camisa retrô da usada pelos EUA

“Os ingleses ficavam dando passe para cá, passe para lá e nada. A gente pensava que não ia mais dar goleada. Eles começaram a ficar afobados e os americanos aproveitaram e começaram a atacar”, conta. A torcida mineira, então, decidiu mudar de lado.

“Como os gols não surgiam, aí passamos a torcer pelos americanos. É a tendência de torcer para o mais fraco. Quando o gol saiu, no primeiro tempo, foi uma farra”.

Afonso conta que parecia uma comemoração de vitória brasileira. “Eles fizeram o gol e seguraram o resultado no resto do jogo. Quando acabou, a torcida invadiu o campo, carregou os jogadores americanos. Fizeram farra até amanhecer o dia. Eles desfilaram em carro pelo centro da cidade. Foram tratados como heróis”.

Era grande a ansiedade em torno do English Team. Pensava nuns 6 a 0. Tinha gente que apostava em 10 ou 12 gols”. Plínio Barreto, jornalista mineiro hoje com 90 anos.

Aquele 1 a 0 tomou conta do noticiário. A grande zebra do “Colosso do Horto” virou manchete internacional. “Foi um resultado que deixou o mundo esportivo inteiro estupefato. Nem se sabia que tinha futebol nos Estados Unidos. A Inglaterra era a Inglaterra. E perdeu. Aquele jogo levou Minas Gerais para o mapa mundial. Belo Horizonte foi assunto no planeta”, diz Plínio, que duas décadas mais tarde escreveria o livro “Futebol, no embalo da nostalgia”, em que dedica um capítulo ao jogo memorável de 29 de junho de 1950.

Leia a reportagem completa, incluindo outros momentos da Copa do Mundo de 1950.

Ficha técnica do jogo

Estados Unidos 1×0 Inglaterra (1ª fase da Copa do Mundo)

Data: 29/6/1950
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte
Público: 10 mil torcedores
Árbitro: Datillo (ITA)
Assistentes: Galeati (ITA) e Delasalle (FRA)
Gol: Gaetjens (38min 1ºT)

Estados Unidos: Borghi; Keough, Maca e McIlvenny; Colombo e Bahr; Wallace, J. Souza, Gaetjens, Pariani e E. Souza.

Inglaterra: Williams; Ramsey, Aston e Wright; Hughes e Dickinson; Finney, Mortensen, Bentley, Mannion e Mullen.

Jornalistas mineiros relembram a zebra histórica:

Trailer do filme “Duelo de Campeões”, sobre o feito da seleção dos EUA:

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