Há 10 anos, Ceará fazia dois jogos num dia
Há exatos 10 anos o Ceará vivia uma experiência insólita que ilustra bem o processo de evolução do clube de […]
Há exatos 10 anos o Ceará vivia uma experiência insólita que ilustra bem o processo de evolução do clube de lá pra cá. E que indica também a organização do calendário do futebol brasileiro, que se não é perfeito, já foi muito pior. Em 21 de fevereiro de 2003, o Vovô disputou duas partidas no mesmo dia e horário. Vergonha em dobro: o time acabou derrotado em ambas por 2 a 0.
Aquele foi o primeiro ano da redução dos estaduais de oito para cinco meses. Como previsto, não foi possível acomodar adequadamente a maratona de rodadas em meio a outras competições como o Nordestão. Então o Ceará precisou dividir o elenco para enfrentar o Boa Viagem, no estádio Presidente Vargas, e o Fluminense-BA, em Feira de Santana, a 1.100 km de distância.
Em cada jogo, o Ceará só contou com quatro atletas no banco de reservas. O time titular viajou à Bahia, ao lado do técnico interino Dimas Filgueiras. Os demais ficaram em Fortaleza, sob o comando do preparador físico José Maria Paiva. “A gente fez o que pôde”, relembra Dimas, hoje treinador das categorias de base.
Mas naquela fase de vacas magras, nem se estivesse junto o grupo faria tanta diferença. Os destaques eram jogadores que guardam pouca lembrança no torcedor, como os goleiros Magrão e Marcelo Silva, os zagueiros Alan e Sidney, os volantes Garrinchinha e Marcelo e os atacantes Fábio Jr e Reginaldo.
Não à toa, o Ceará terminou o Cearense na 5ª colocação, atrás de Maranguape e Limoeiro. E, no Nordestão, sofreu pra vencer o Corinthians-AL por 1 a 0 e acabou eliminado no 2º mata-mata, mesmo com a ausência de Bahia, Sport, Náutico, Santa Cruz e Fortaleza. “Não vivíamos uma fase boa”, constata Dimas Filgueiras, treinador do time em 40 ocasiões diferentes e em 504 jogos.
A gente fez o que pôde”. Dimas Filgueiras, sobre a divisão do elenco nos dois jogos.
Diante da repercussão negativa, o Ceará anunciou um novo técnico na mesma noite. O “salvador da pátria” era… Celso Teixeira, o que também indica o horizonte limitado da diretoria da época. Com ele chegou um pacotão de reforços, que incluiu o atacante Régis Pitbull, único que vingou. “Ainda bem que esse tempo passou”, deve pensar o torcedor alvinegro. Ainda bem mesmo!
Confira detalhes dos dois jogos
Nordestão 2003
Fluminense-BA 2×0 Ceará
Fluminense-BA – Alan; Jailson, Rodney, Márcio e Matarazzo. Marquinhos, Gama (Nino), Lulinha e Serginho; Jean (Vagner) e Obina. Técnico: Hélio Santos
Ceará – Marcelo Silva; Vado, Gabriel (Roberto), Sidney e Alair (Reginaldo); Marcelo, Garrinchinha, Mairton e Clayton; Santana e Fábio Júnior. Técnico: Dimas Filgueiras
Local: Estádio Alberto Oliveira, em Feira de Santana (BA)
Data: 21/2/2003
Renda: R$ 8.475
Público: 1.681 pagantes
Árbitro: João Maria de Sousa (RN)
Assistentes: Adilson Machado e Argemiro Carvalho (BA)
Gols: Rodney (9min 2ºT) e Lulinha (32min 2ºT)
Cearense 2003
Ceará 0x2 Boa Viagem
Ceará – Magrão; Israel, Alan, Alex Costa e Robertinho; Toni, Serginho (Thomas), João Paulo (Márcio) e Dorgival; Gerson e Delânio (Davi). Técnico: José Maria Paiva
Boa Viagem – Ivanoé; Airton, Fel, Bina e Nailton; Pererê (Maurim), Leo, Marcos e Gildázio (Deives); Alcimar e Nissinho (Júnior). Técnico: Oliveira Canindé
Local: Estádio Presidente Vargas
Data: 21/2/2003
Renda: R$ 3.864
Público: 1.096 pagantes e 527 não-pagantes
Árbitro: José de Paula Santos
Assistentes: Fernando Antônio e Gomes Júnior
Gols: Júnior (4min 1ºT) e Alcimar (37min 1ºT)
6 respostas para “Há 10 anos, Ceará fazia dois jogos num dia”
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GOSTARIA DE SABER SE VOCÊS TEM ALGUMA FOTO DE, CLAYTON DA SILVA OLIVEIRA, E PODER IÃO ME ENVIAR, O CLAYTON QUE JOGOU NO BOTAFOGO DO RIO.
… É pior foi o Ceará que entrou em campo duas vezes no mesmo dia e perdeu as duas.
O Regis jogou em 1999 e não em 2003 Rafael!
Investiga isso por favor.
Curioso… A checar.
Só discordo em relação ao Marcelo Silva e ao Magrão, que eram bons goleiros e não mereceram o destaque negativo dado na matéria. Magrão até hoje é ídolo no Sport.
E Marcelo Silva foi um desses injustiçados do futebol. Tinha bola para jogar em qualquer grande time do Nordeste, mas após duas excelentes temporadas salvando o clube do rebaixamento, foi sacrificado por causa do time fraco montado naquele pacotão dos portugueses em 2005, e nunca mais teve uma boa oportunidade no futebol.
Oi Ren, a intenção não era impor um destaque negativo não. Eles eram única coisa de positiva no time mesmo, por mais que não fosse tanto. Um abraço!