Como um baralho de cartas e futebol me ajudaram a superar o vício em apostas
Amir Ribemboim Bliacheris, de Porto Alegre, conta sua experiência com um jogo ensinado pelo pai
Por Amir Bliacheris
Em 2018, eu estava em uma viagem ao Rio de Janeiro, quando li um texto num site contando sobre uma liga que só existia na mente do próprio criador. O site era o Verminosos por Futebol, e o artigo tratava sobre a Liga Parapolau, do Fábio Fernandes. Aquilo ficou na minha cabeça por anos. Eu tentava criar ligas que nunca iam adiante.
Em 2019, conheci o Soccerrolling, um RPG de futebol produzido por Adriano Peres e Vinícius Alves. Aquele jogo me abriu para um mundo que não conhecia. Na época, me diverti bastante com aquilo. Levei o Brasil de Pelotas ao título mundial, batendo a Juventus na finalíssima. Mais que um jogo, aquilo me permitiu criar meus primeiros campeonatos.
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Proibição de apostas
Agora corta para o dia 2 de outubro de 2020. Após uma reunião com meu terapeuta, meus pais me informaram que eu estava proibido de apostar em sites. Aquele momento foi de extrema dor e sofrimento. Estávamos no auge do lockdown da pandemia de Covid-19, e eu perdi meu principal hobby.
“O que vou fazer no meu tempo livre?”, eu pensava. Jogava Soccerrolling tanto que já estava enjoado. Aí lembrei de um comentário que meu pai havia feito para mim, de que jogava um jogo “bobinho” de futebol com cartas de baralho comum. Foram quase três semanas insistindo diariamente para ele me ensinar.
Até que, no dia 19 de outubro de 2020, eu “encurralei” ele. Usando um baralho que tinha no quarto, ele me ensinou o tal jogo. No dia seguinte, publiquei as regras em uma comunidade de RPG com o arquivo nomeado “Como Jogar Partidas de Futebol Utilizando Um Baralho de Cartas”.
O jogo consiste em três cartas de baralho por equipe. Se duas delas ou as três forem menores que 5 (Ás, 2, 3 e 4), considera-se que o time não fez gol. Caso a soma dê 33 ou menos, usa-se a dezena para saber quantos gols a equipe marcou. 34 ou mais representam a unidade que definirá o número de gols da equipe.
Pode-se usar um simulador de cartas online ou o baralho em uma mesa. No caso de utilização de um computador, recomendo o site deck.of.cards.
Em 2019, conheci o Soccerrolling, um RPG de futebol. Aquele jogo me abriu para um mundo que não conhecia. (Amir Ribemboim Bliacheris)
Meu novo jogo favorito
Esse jogo se tornou o meu favorito, e fui criando campeonatos em um bloco de notas. Na época, a maioria dos torneios eram temáticos. O primeiro foi uma Copa Americana vencida pela Jamaica. E aí começou o “novo vício”, pois desde então nunca passei mais de três semanas sem jogar pelo menos uma partida desse jogo, que hoje chamo de Super Cartobol.
Eu cheguei ao ponto de criar “bancos de participantes”, onde separava seleções e times de quatro regiões (Américas, Ásia/Oceania, Europa e África) e sorteava um certo número de equipes de cada para fazer a Copa Aleatória, que é o torneio mais vezes repetido com as cartas.
Foram sete edições completas e a oitava está em andamento no momento em que escrevo esse texto. Até agora, somente dois times levaram a CA (Copa Aleatória), o Veranópolis (campeão da CA 2) e o Ndiambour, do Senegal, que faturou a 6ª edição. Foi na CA1 que houve a maior goleada da história dos campeonatos. Quando a seleção da Finlândia fez 8 a 0 na seleção dos Coreanos no Japão (eu coloco times da Conifa nos campeonatos também).
Ficou curioso? Voce pode acompanhar as disputas do Super Cartobol na página RPGs do Amir, no Facebook, e pelo meu perfil no Twitter, @rbliacheris. Seja bem-vindo!
Ah propósito, não faço apostas online desde então. Até a publicação deste texto, um ano e sete meses depois.
> O gaúcho Amir Ribemboim Bliacheris, morador de Porto Alegre, é um estudante de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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