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Deu a louca

Torcedor assiste a todos os jogos da Seleção, na TV ou em estádios, desde 1995

Fernando Maymone é tão apaixonado pela seleção brasileira que já viu jogo num veleiro no meio do nada

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A última vez que Fernando perdeu um jogo foi na Copa América de 1995 (Foto: Acervo pessoal)
A última vez que Fernando perdeu um jogo foi na Copa América de 1995 (Foto: Acervo pessoal)

Se existe alguém apaixonado pela Seleção, é difícil que seja tanto quanto Fernando Maymone. A última vez que a equipe brasileira entrou em campo e ele não assistiu ao jogo foi em 26 de julho de 1995 – a final da Copa América.

De lá pra cá, o auditor fiscal hoje com 42 anos viu todos os jogos da seleção brasileira, oficiais ou amistosos. Pela TV ou em estádios, ele esteve sempre lá – de olho no campo. Ao todo, foram 583 partidas até esta data, numa prova de fidelidade que enfrentou qualquer isolamento.

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Jogo em veleiro

Na Copa América de 2016, por exemplo, Fernando estava num veleiro entre as ilhas das Bahamas e Turcas e Caicos, no Oceano Atlântico. No meio do nada. Para ver o jogo contra o Peru, foi necessário mudar a rota do barco para conseguir sinal de internet.

“A internet custava 50 dólares pra cada 10 GB. Gastei cerca de 150 dólares. Como eu não teria streaming pra assistir, pedi pra minha esposa à época deixar o computador filmando a TV. E nos ligamos por Skype”, conta o pernambucano que mora em Fortaleza.

Sentimento firme

Apesar de ser torcedor fanático do Náutico, Fernando se diz mais fã da seleção brasileira. E, mesmo com a queda de interesse do público pela equipe, seu sentimento não se abateu.

“O brasileiro normal não se interessa pela seleção, e não é de agora. Os casos de corrupção da Copa no Brasil e os movimentos de 2013 politizaram a seleção. A seleção também virou uma coisa cara, uma torcida de shopping center”, reflete. “Mas, em justiça, a maioria dos times que vi jogar no mundo são bem similares”.

Para a Copa do Mundo de 2022, Fernando está empolgado. “Acho que é o melhor time do Brasil que já vi. Melhor que o de 2002 no sentido amplo, de fase, de treinador”, analisa o torcedor, que só teme a França. “Dia 18 seremos finalistas”, crava. Uma reedição de 1998?! Haja coração…

Confira abaixo a entrevista completa, realizada por Guido Nobre.

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“O time do Brasil de 2022 é o melhor que já vi. Melhor que o de 2002”

Verminosos por FutebolDesde quando você assiste aos jogos da seleção brasileira? E há quanto tempo você não perde nenhum?
Fernando Maymone – A primeira memória que tenho é das Olimpíadas de 1988. Foi em Seul, lembro da professora Rosita chegando e comunicando que tínhamos ganhado nos pênaltis de 3 a 2. Taffarel! Depois lembro bastante da Copa América, que teve inclusive jogo em Recife. A discussão era Romário ou Bebeto. Sempre fui fanático por futebol e a seleção virou minha referência de futebol.

Em julho de 1995, eu estava naquelas viagens pra Disney que os adolescentes costumavam fazer com o dólar 1 pra 1. Lembro de pedir pra guia pra não ir pro parque porque tinha a semifinal Brasil x Estados Unidos. A guia não deixou, mas assistimos juntos no parque o gol de Aldair.

Na final contra o Uruguai, eu não consegui assistir. Esse foi o último jogo da Seleção que eu deixei de assistir na TV ou ao vivo: 26/07/1995.

Fernando viajou para a África do Sul e viu todos os jogos do Brasil em 2010 (Foto: Acervo pessoal)
Fernando viajou para a África do Sul e viu todos os jogos do Brasil em 2010 (Foto: Acervo pessoal)

VerminososCostuma tentar assistir aos jogos presencialmente também?
Fernando – O meu primeiro foi Brasil x Paraguai, na Copa América de 1989. 2 a 0, dois de Bebeto. Eu estava também no 6 a 0 contra a Bolívia nas Eliminatórias em 1993, o jogo que fez o Brasil virar a página daquele ano. Em 1994, como agradecimento, o Brasil veio fazer um amistoso no Arruda novamente contra a Argentina. Maradona (um dos meus ídolos) estava no banco. Infelizmente não entrou em campo, e não consegui vê-lo jogar.

Desde então, quando o Brasil jogava nas proximidades, eu estava lá.

Depois da Copa de 2006, eu me juntei com alguns amigos e fizemos uma vaquinha pra assistir a Copa de 2010. Foi um momento incrível. Assisti a todos os jogos do Brasil naquela Copa. O mesmo para a Copa de 2014. Fui pra todos os jogos, incluindo o fatídico 7 a 1, em que eu estava atrás do gol e vi cinco gols na minha cara.

“(Em 2014), fui pra todos os jogos, incluindo o fatídico 7 a 1, em que eu estava atrás do gol e vi cinco gols na minha cara”. (Fernando Maymone)

VerminososQual a maior loucura que você já fez para assistir a algum jogo do Brasil?
Fernando – Com certeza o Brasil x Peru da Copa América de 2016. Eu morava num veleiro, estava no meio do absolutamente nada entre as ilhas das Bahamas e Turcas e Caicos.

Olhei no mapa, observei quais ilhas teriam sinal, e mudei a rota. A internet custava 50 dólares pra cada 10 GB. Gastei cerca de 150 dólares por isso. Como eu não teria streaming pra assistir, pedi pra minha esposa à época deixar o computador filmando a TV. E nos ligamos por Skype. O Brasil perdeu de 1 a 0 e foi eliminado pela primeira vez da fase de grupos de uma Copa América.

VerminososAcompanhando gerações incríveis da Canarinho, qual delas mais te encantou? E qual decepcionou?
Fernando – De todas as fases, com certeza o time que durou muito pouco com Romário e Ronaldo em 1997-1998. Aquilo era um sonho incrível, já que, pra variar, Zagallo não convocava Romário. Foram cerca de 20 jogos, e até hoje nunca vi nada igual.

A maior decepção foram duas. O corte de Romário em 1998. Eu estudava pro vestibular na época. Cheguei ao colégio e meus amigos me falaram que Romário foi cortado. Eu não acreditei. Larguei o colégio e voltei pra casa. Cheguei em casa e meu pai: “Não vai ter aula?” Eu falei que tinha coisa mais importante. Que Romário havia sido cortado.

A outra foi o time de 2006. Hoje vejo que na verdade aquele time nunca existiu. Só na nossa cabeça mesmo. Mas foi punk ver R10 não jogar nada a Copa inteira.

A Copa de 1994 foi um tempo de afirmação da paixão pela seleção (Foto: Acervo pessoal)
A Copa de 1994 foi um tempo de afirmação da paixão pela seleção (Foto: Acervo pessoal)

VerminososEntre tantos jogos, qual mais te marcou positivamente e negativamente?
Fernando – A final da Copa de 2002 foi muito especial. Meu aniversário foi no dia anterior. Fiz uma festa daquelas. Viramos a noite. Brasil foi penta. Fomos pra avenida. Um fotógrafo passou. Tirou uma foto da gente. Virou capa do jornal. No mesmo dia o Náutico ia jogar a final do Campeonato Pernambucano. Eu dei uma apagada na praia. Dormi. Acordei com meus primos chamando pra ir pro jogo. O Náutico foi campeão no mesmo dia. Dormi no estádio.

Negativamente foi o Brasil x Holanda de 2010. Ainda mais que o 7×1. Era minha primeira Copa. O Brasil tinha um time muito encaixado. Jogamos o primeiro tempo como se fosse a seleção de 1970. O pior é que tínhamos ainda 10 dias de viagem até a final. E ingressos pra semifinal e pra final. Foi uma coisa pesada. Mas a África do Sul é maravilhosa, e curtimos o momento. Ainda assisti Nelson Mandela ao vivo na final Espanha x Holanda. Não posso reclamar.

“A final da Copa de 2002 foi muito especial. Meu aniversário foi no dia anterior. Fiz uma festa daquelas. Viramos a noite. Brasil foi penta. Fomos pra avenida. Um fotógrafo passou. Tirou uma foto da gente. Virou capa do jornal”. (Fernando Maymone)

VerminososO que você acha do desinteresse de muitas pessoas em assistir aos jogos do Brasil?
Fernando – Na verdade, de forma geral, eu vejo que o brasileiro normal não se interessa muito pelos jogos. E não é de agora. Tanto que a maioria dos meus amigos loucos por futebol são muito mais loucos pelos seus clubes. Pouco sabem da seleção.

O brasileiro normal não se interessa pela seleção, e não é de agora. Os casos de corrupção da Copa no Brasil e os movimentos de 2013 politizaram a seleção. O 7×1 não foi uma tragédia, foi praticamente um meme. A seleção também virou uma coisa cara, uma torcida de shopping center. Mas, em justiça, a maioria dos times que vi jogar no mundo são bem similares.

Em 2010, Fernando viu a final da Copa do Mundo, mas não com o time que preferia (Foto: Acervo pessoal)
Em 2010, Fernando viu a final da Copa, mas não com o time que preferia (Foto: Acervo pessoal)

VerminososVocê prefere assistir aos jogos da Seleção em relação ao do seu time?
Fernando – Hoje em dia com certeza. Quando morava em Recife, eu era um verdadeiro fanático pelo meu time, o Náutico. A distância da minha cidade natal só aumentou esse sentimento.

VerminososAcredita que neste ano assistirá ao “jogo do hexa” ao final do ano?
Fernando – Acho que é o melhor time do Brasil que já vi. Melhor que o de 2002 no sentido amplo, de fase, de treinador. Também acho que se jogarmos com a França 10x, perdemos 7. Mas a França está numa crise daquelas que eles amam arrumar quando estão bem. Dia 18 seremos finalistas.

> Fernando Maymone, de 42 anos, é auditor fiscal, nascido no Recife, torcedor do Náutico e morador de Fortaleza.


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