Japonês larga tudo e se muda para o Brasil por causa do Corinthians
Kimio Ido trocou Tóquio por São Paulo para poder virar um legítimo torcedor corintiano

Quando Paolo Guerrero marcou o gol mais importante da história do Corinthians, em Yokohama, na final do Mundial de 2012, um japonês presente no estádio decidiu: iria embora para São Paulo, para ter uma vida de torcedor corintiano. É o caso de amor de Kimio Ido, talvez o japonês mais maloqueiro.
“Naquele jogo, eu busquei ficar pertinho da Gaviões da Fiel. Quando saiu o gol, um cara atrás de mim disparou um foguete que passou perto da minha orelha”, relembra Kimio, de 38 anos, então professor de espanhol em Tóquio. “Pensei naquele momento: ‘Eu vou morar no Brasil'”.
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Uma escolha “louca” para alguns, mas compreensível para quem o conhecia de perto. Kimio acompanhara in loco a estreia do Japão em Copas do Mundo, na França, em 1998, então com 19 anos, e depois viu jogos no torneio em casa, em 2002. Torcedor do Nagoya Grampus, costumava viajar o país seguindo o time. “Meu maior ídolo era Ueslei, pitbull do Bahia”.
Por causa dos estudos, Kimio chegou a morar um ano em Barcelona, para melhorar a fluência em espanhol e acompanhar o Barça. “Mas sempre admirei mesmo as torcidas sul-americanas, como de Boca Juniors, Peñarol e Corinthians”, relata. No início de 2012, uma delas o conquistou de vez.
Foi num churrasco da sede japonesa da Gaviões. “Minha simpatia virou fanatismo”, conta o torcedor, que pouco depois teve o prazer de receber o Timão em casa. Ele viu não só a final, mas também a semifinal em Toyota, próximo a Nagoya, onde nasceu. “O Mundial foi louco!”
“Minha família achou que eu estava doido quando disse que iria me mudar para o Brasil”. (Kimio Ido)
- Kimio Ido, originalmente torcedor do Nagoya Grampus, virou corintiano fiel (Foto: Acervo pessoal)
- Kimio Ido, originalmente torcedor do Nagoya Grampus, virou corintiano fiel (Foto: Acervo pessoal)
- Kimio Ido, originalmente torcedor do Nagoya Grampus, virou corintiano fiel (Foto: Acervo pessoal)
Depois de um ano e meio de preparação, que incluíram um intensivão de português, Kimio se mudou para São Paulo pouco antes da Copa do Mundo de 2014. Alguns amigos coritianos o hospedaram inicialmente, ajudando na adaptação. “O português é complicado, mas gosto de estudar idiomas”, minimiza.
Adaptação ao Brasil
O dinheiro era curto – garantiria a sobrevivência por um semestre. Por isso, para esticar a permanência, Kimio procurou emprego no bairro da Liberdade, com forte colonização oriental. Por sorte, há lá dois jornais japoneses sobre o Brasil, voltados aos imigrantes que não sabem falar português. “Me candidatei a uma vaga de tradutor, e me escolheram”.
“Quando saiu o gol de Guerrero, um cara atrás de mim disparou um foguete que passou perto da minha orelha. Pensei naquele momento, eu vou morar no Brasil”. (Kimio Ido)
Após quase três anos morando em São Paulo e sete meses de trabalho, um de seus orgulhos no Brasil veio graças ao jornal. Enviado a Florianópolis para entrevistar o japonês Toshi Tojo, meia-atacante do Avaí, coincidiu de o jogo daquela semana ser contra o Corinthians. “Após a entrevista coletiva, pedi para tirar uma foto com Tite”, gaba-se.
O corintiano fez valer a mudança para o outro lado do mundo. E, além conhecer ídolos do Timão, viu muitos jogos no estádio: ao todo, 75 dos 100 primeiros da Arena Corinthians. Hoje, já se sente tão brasileiro quanto japonês. “Acho que vou morar no Brasil para sempre”, arrisca. Definitivamente, virou mais um louco do bando de loucos.
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