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Torcida do Fortaleza vira força em Roraima

Nesta semana o Verminosos por Futebol aborda o cotidiano de duas legiões de torcedores de Fortaleza e Ceará fora do […]

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Nesta semana o Verminosos por Futebol aborda o cotidiano de duas legiões de torcedores de Fortaleza e Ceará fora do estado-natal: os tricolores de Boa Vista-RR e os alvinegros de Brasília.

Em entrevista, o servidor público Antônio José Leite de Albuquerque, o Tonzé, cearense que mora em Boa Vista, fala sobre a expressiva torcida tricolor em Roraima. Em 2004, foi formado um núcleo da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), do qual ele é diretor.

Existem 112 torcedores cadastrados, sendo o maior grupo organizado do clube fora do Estado. “Após cada jogo há carreata e concentração em um dos postos da cidade, em avenida central, o que causa grande impacto (e espanto) na sociedade de Boa Vista”, conta Tonzé.

A surpresa é natural, afinal as duas cidades estão separadas por 2,5 mil km via aérea e 6,5 mil km via terrestre. Só mesmo o futebol para aproximá-las, superando uma distância quase continental.

Verminosos por Futebol – Quando foi fundada a torcida do Fortaleza em Boa Vista?
Tonzé – Em 2001, cearenses amigos se reuniram na residência do Roberto Ubajara, para os jogos da Série B, daí em diante foram aumentando os adeptos, sobretudo pelo acesso em 2002. Em 2003 continuamos, mesmo com a queda de divisão, mas em 2004 a torcida voltou com força total. A residência já fora adaptada para uma sede (casa de esquina), com ambiente exclusivo para os jogos, cuja média de telespectadores era de 100. Após cada jogo havia carreata e concentração em um dos postos da cidade, em avenida central, o que causava grande impacto (e espanto) na sociedade de Boa Vista. Em 2005, fomos abarcados pelo projeto Embaixada Tricolor, aqui representada por mim, o que gerou um orgulho muito grande, inclusive com divulgação de matéria em jornal de grande circulação. Após a queda para a Série B e depois para a C, obviamente, houve um desânimo por parte de alguns, e o fato de a TV Diário não ser mais disponível para Roraima enfraqueceu o movimento.

VPF – Existem quantos integrantes?
Tonzé – Catalogados são 112, e vários destes têm carteira da TUF, núcleo que criamos em 2004 por grande incentivo do Tibério, representante da TUF no Estado do Amazonas, outra base forte do Tricolor de Aço, que inclusive tinha também Embaixada, tendo o embaixador Raimundo Nonato.

VPF – Atualmente vocês se reúnem em todos os jogos com exibição pela TV?
Tonzé – Nos reunimos na residência do jornalista Gilvan Costa, quando os jogos são transmitidos, mas quando não é possível, nos juntamos em células espalhadas na cidade pela web ou rádio. No próximo ano, na Série B (caso o acesso seja assegurado), teremos novamente assiduidade pela transmissão dos jogos.

VPF – Como fazem pra assistir a jogos sem transmissão nacional?
Tonzé – No Campeonato Cearense ou na Série C, pela web ou rádio. Mas na decisão deste ano, nos reunimos na residência do Oton Luz, de Pacoti, que conseguiu um retransmissor, e vimos o Fortaleza ser afanado naquele pênalti mandrake. Neste dia, tivemos vários sorteios de camisas oficiais e souvernires enviados pelo Mozart Martins, presidente do Conselho Deliberativo.

VPF – A torcida já esteve presente em algum jogo do clube na região?
Tonzé – Em Manaus, em jogo do Brasileiro contra o Vasco (1×1, gol do Rena). No Pará ventilamos ir, mas a violência da torcida do Paysandu nos inibe. De fato, vamos mais a jogos do Leão em Fortaleza, pois sempre que podemos estamos aí. Eu mesmo já fui a dois jogos neste ano.

VPF – Já houve alguma ocasião em que num jogo na Amazônia a torcida cearense fosse maioria ou rivalizasse com o time local?
Tonzé – Nunca mensuramos este tipo de dado, mas genuinamente somos a maior torcida de time externo, pois é composta por cearenses que torcem por time cearense, ao contrário de flamenguistas ou vascaínos que são roraimenses, mas sequer conhecem o Rio de Janeiro. Quanto a torcida daqui, temos boas relações com a “Terror Tricolor”, do Roraima Atlético Clube , tricolor (com as cores do Fluminense), e almejamos fazer parcerias como a Remoçada no Pará, Independente do São Paulo, Young Flu…

VPF – A diferença de fuso prejudica acompanhar alguns jogos?
Tonzé – No horário de verão, sim, pois os jogos às 16h aí passam a ser 14h aqui; e no Brasileiro, jogo de semana que começa às 19h aqui é 17h. Entretanto, usamos isso a nosso favor, especialmente quando o jogo é à tarde, pois já organizamos o almoço, com mungunzá, tripa assada, mussum, cará tilápia, panelada, sarapatel… E aí se juntam todos, inclusive família.

VPF – Os torcedores que estão na cidade são cearenses ou filhos de cearenses que herdaram a paixão pelo time?
Tonzé – 99% são cearenses e/ou filhos de cearenses (inclusive meu filho que aqui nasceu), mas existem também roraimenses que se apaixonaram pelo Fortaleza quando foram passear aí, ou se contaminaram com a massa tricolor aqui em Roraima. Também há outros nordestinos que torcem pelo Leão. Aqui o estado foi colonizado por cearenses e paraibanos, e estima-se que 45% da população seja nordestina.

VPF – Como é a saudade do PV e do Castelão para os torcedores cearenses que atualmente estão morando longe?
Tonzé – É, sofremos bastante, tanto é que vivemos ligados em promoções de companhias aéreas e nos deslocamos muitas vezes em finais de semana, só para ver o Leão rugir, principalmente a velha guarda, que acompanhou Cícero Capacete, Lulinha, Louro, Zé Carlos, Osires, Bauer, Chinezinho, Hamilton Melo, Amilton Rocha, Haroldo Flecha, Geraldino Saravá, Odilon, Sérgio Monte, Arnaldo, Mazolinha, Alexandre e, principalmente, Tadeu, Celso, Serginho, Adilton, Geraldino Mexicano, Luisinho das Arábias, Júlio César Urigueller, Marquinhos Carioca, Eliézer, Mirandinha… o Josimar mora aqui, tem uma escolinha de futebol, e sempre conversamos sobre aquele Fortaleza de 1992.

VPF – Tem alguma história curiosa que envolva a torcida organizada? Algo que mostre a força ou representatividade da torcida?
Tonzé – Dentre tantas pitorescas, em 2005, em jogo da Série C, o Remo veio jogar aqui contra o time do São Raimundo de Roraima. A torcida da Remoçada pediu apoio da TUF daqui para agitarmos nas arquibancadas pelo Remo. Quando chegamos, nos juntamos com os paraenses remistas daqui e estiramos a faixa da TUF, de 12 metros. Então a polícia veio mandar tirar porque estávamos atrapalhando a visão dos torcedores da geral. No outro dia, fomos duramente criticados pela mídia local, nos acusando de morar em Roraima e torcer contra time roraimense.

Acima, Gilvan Costa, citado na entrevista, no Monte Roraima; abaixo, encontros em dia de jogo

12 respostas para “Torcida do Fortaleza vira força em Roraima”

  1. Parabéns pela matéria, mais um registro da nossa TUF Roraima, a Toca do Leão no extremo Norte!
    Infelizmente o jogo de amanhã não será televisionado, de modo que mais uma vez nos reuniremos em células, como bem citado pelo leonino Tonzé, para ouvir o jogo via rádio on-line.
    Estamos preparando uma festa para a subida e, se Deus quiser, a conquista do campeonato!
    Na Capital mais setentrional do Brasil o Leão também ruge alto e furioso, verberados seus ataques pela colônia tricolor apaixonada de Roraima!

  2. Sábado estaremos reunidos lá em casa para ver nosso Leão contra o Santa Cruz. A turma da TUF estará em peso torcendo por mais uma vitória do Fortaleza para chegar com mais força na fase final.

  3. Oi, sou roraimense, filha de cearences loucos pelo Fortleza! daqui da terrinha curto todos os jogos e torço muito, adoro sair com a camiseta dos leões da TuF, abraços aos colegas.

  4. Parabens aos torcedodes de Roraima pelo carinho com o Leão, estou em Quixeramobim/ Ce e sou apaixonado pelo Fortaleza Esporte Clube. Maior Clube do Nordeste. Se Deus quiser em 2014 voltaremos pra serie A.

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