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Rio-São Paulo de 1997: O torneio que teve uma regra de faltas sem barreira

O campeonato teve como infração tiros livres sem barreira a partir da 15ª falta cometida com uma equipe

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A regra alternativa teve o objetivo de reduzir o antijogo (Foto: Reprodução)
A regra alternativa teve o objetivo de reduzir o anti-jogo (Foto: Reprodução)

O ano era 1997, e no Brasil seria disputada mais uma edição do torneio Rio-São Paulo. O campeonato, que entre 1933 e 1966 teve formato de pontos corridos; e que na volta em 1993 passou a ser disputado com mata-mata.

A edição de 1997, após um novo hiato a partir de 1994, ganhou uma regra pitoresca: em todos os jogos, a partir da 15ª falta cometida por uma equipe, todas as cobranças virariam tiros livres sem barreira.

O objetivo da nova regra

A regra alternativa foi implantada para tentar coibir a violência nos gramados. De certa forma, a ideia surtiu efeito: o índice de faltas diminuiu drasticamente.

Para comparação, o Campeonato Brasileiro de 1996 registrou marca de 46 a 52 faltas por partida, enquanto no Rio-São Paulo de 1997 a média caiu para 26.

Técnicos foram opositores

Apesar de os números comprovarem a eficácia da proposta, os técnicos foram os principais opositores. Nomes como Júnior, que comandava o Flamengo; Márcio Araújo, treinador interino do Palmeiras; e Wanderley Luxemburgo, do Santos, foram críticos.

“A regra, que era para beneficiar o craque, acabou prejudicando o futebol. O craque, na verdade, está se jogando no corpo do adversário para cavar faltas. Isso também é anti-jogo”, comentou Luxemburgo, que acabou conquistando o título, em final contra o Flamengo.

“A regra, que era para beneficiar o craque, acabou prejudicando o futebol”. (Wanderley Luxemburgo)

Não foi pra frente

Um dos poucos técnicos que elogiaram a novidade foi Muricy Ramalho, que comandava o São Paulo. “O futebol estava precisando de coisas novas, e as regras do Rio-São Paulo criaram uma nova motivação para os próprios torcedores, que voltaram a comparecer aos estádios”, observou.

Eduardo José Farah, então presidente da Federação Paulista de Futebol, avaliou que a regra só funcionaria em campeonatos curtos. Um relatório chegou a ser enviado para a Fifa, mas a ideia nunca mais foi repetida.

“O futebol estava precisando de coisas novas, e as regras do Rio-São Paulo criaram uma nova motivação para os próprios torcedores”. (Muricy Ramalho)


> Reportagem produzida por Yuri de Melo, com edição de Rafael Luis Azevedo, do Verminosos por Futebol.


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