Projeto de fotógrafo francês faz fotos de pessoas com camisas de futebol nas ruas
O United Colors of Football mostra como um tecido tem forte significado para fãs de futebol
Você é daqueles que usam camisas de futebol em todo lugar? Em casa, para sair e, quando permitido, até para trabalhar? Então vai se identificar com o projeto United Colors of Football. Idealizado pelo fotógrafo francês Guy Pichard, o perfil de redes sociais faz retratos de pessoas com camisas de futebol nas ruas.
Os registros já foram feitos em diferentes países. Inclusive no Brasil, onde o projeto nasceu. Guy já morou no Rio de Janeiro, em São Paulo e no interior da Bahia. Torcedor do En Avant Guingamp, da 2ª divisão francesa, ele virou fã do Botafogo. E se apaixonou pela relação dos brasileiros com o futebol.
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Diferenças culturais
“No Brasil, todo mundo usa camisa de futebol, em todos os contextos. Atinge todas as classes sociais e todos os lugares. Na França, vestimos camisas de futebol para ir a uma partida, num bar ou no estádio. Quase ninguém usa no dia a dia. É uma diferença cultural fundamental entre o Brasil e a França”, compara Guy.
Foi, no Rio de Janeiro, onde o fotógrafo teve a maior surpresa ao ver uma camisa, de um time de sua região. “Ele era carioca e amava o Rennes!”, relembra o francês. “O futebol torna possível abolir fronteiras entre os povos, o que é a essência do meu projeto fotográfico”.
Confira a entrevista e divirta-se com os registros.
“Um simples pedaço de tecido pode ter forte significado”
Verminosos por Futebol – Quando você iniciou o projeto United Colors of Football?
Guy Pichard – Meu projeto começou há dois anos, no Rio de Janeiro. Na cidade, todos usam camisas de futebol, de todos os tipos. Você pode ir ao teatro com camisa de futebol, à praia, é o lugar perfeito!Verminosos – Qual foi a inspiração para o projeto?
Guy – Eu tinha uma vaga ideia, até que me apresentaram o “Humans of NY“, uma galeria de retratos dos moradores de Nova York. Existe também algo parecido em Paris. Foi aí que me inspirei para o United Colors of Football. A ideia do projeto é mostrar como um simples pedaço de tecido pode ter um significado forte. Muitas vezes há algo interessante a descobrir na pessoa que veste a camisa. É um pouco de sociologia.Verminosos – Você sempre aborda pessoas que vestem camisas de futebol?
Guy – No começo, abordava todas as pessoas com camisas de futebol que via, para ter o maior número de fotografias, mas agora só chego até aqueles que me intrigam. Não é legal ter várias vezes a mesma grande equipe registrada, como Bayern de Munique ou Real Madrid. Clubes menores geralmente têm fãs mais interessantes.Verminosos – Quantas pessoas foram fotografadas pelo projeto?
Guy – Eu fiz cerca de 200 retratos. Atualmente tive que diminuir minhas fotos porque, com o coronavírus, não há condições de sair para conhecer novas pessoas. Felizmente, fiz muitos retratos com antecedência, mas tenho medo de que os próximos sejam de pessoas com máscaras. Tento não registrar a mesma equipe nas fotos duas vezes, a menos que o contexto da imagem seja muito diferente.“No Rio de Janeiro, todos usam camisas de futebol, de todos os tipos. Você pode ir ao teatro com camisa de futebol, à praia, é o lugar perfeito!” (Guy Pichard)
Verminosos – Em quais países você registrou fotos de pessoas com camisas de futebol?
Guy – Principalmente no Brasil e na França, e um pouco na Alemanha e no Reino Unido. Eu sonho em ir à África ou Ásia. O mais importante não é o local da fotografia, mas o visual. Uma simples estação de ônibus pode criar um excelente cenário, se estiver atento à construção da imagem.Verminosos – Em que país é mais comum encontrar fãs com camisas de futebol?
Guy – No Brasil, todo mundo usa camisa de futebol, em todos os contextos. Atinge todas as classes sociais e todos os lugares. Seja no Rio de Janeiro ou num barco na Bahia, sempre existe uma pessoa que orgulhosamente veste uma camisa! Na França, vestimos camisas de futebol para ir a uma partida, num bar ou no estádio. Quase ninguém usa no dia a dia. É uma diferença cultural fundamental entre o Brasil e a França.“Não é legal ter várias vezes a mesma grande equipe registrada, como Bayern de Munique ou Real Madrid. Clubes menores geralmente têm fãs mais interessantes”.
Verminosos – É comum encontrar mulheres com camisas de futebol? Qual é o país onde é mais fácil vê-las?
Guy – É bastante difícil encontrar uma mulher com camisas de futebol na França. Fui à Copa do Mundo Feminina de 2019, na França. Conheci muitos fãs que vieram de todo o mundo. A Copa do Mundo Feminina foi um sopro de ar fresco, com estádios cheios e uma atmosfera amigável. No Brasil, por outro lado, é muito mais fácil ver mulheres com camisas de futebol. A relação com o futebol é muito diferente no Brasil.Verminosos – Você já ficou surpreso ao ver alguma camisa de futebol específica?
Guy – Eu sou de uma região francesa chamada Bretanha. Um dia, no Rio de Janeiro, vi um cara com uma camisa do Rennes, da capital da minha região. Ele estava em uma moto, fui vê-lo para conversar. Ele era carioca e amava o time do Rennes! O futebol torna possível abolir fronteiras entre os povos, o que é a essência do meu projeto fotográfico. Também conheci dois brasileiros em Paris com camisas do Vasco, pai e filho.“No Brasil, é muito mais fácil ver mulheres com camisas de futebol. A relação com o futebol é muito diferente em comparação com a França”.
Verminosos – Você coleciona camisas de futebol?
Guy – Sim, tenho cerca de 40 camisas. São lembranças que trago de viagens e que significam algo para mim. Às vezes, isso também é uma boa maneira de passar despercebido em um estádio. No Peru, um dia, comprei uma camisa local antes de um jogo para poder ficar quieto na arquibancada. Trouxe do Brasil uma camisa de Salvador e também do Botafogo. O Botafogo é meu time de coração no Brasil, eu sou Fogão!Verminosos – Quantas vezes você já visitou o Brasil?
Guy – Faz três anos que moro entre a França e o Brasil. Eu fui ao Brasil por causa de uma garota brasileira. Morei no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Nilo Peçanha, uma pequena cidade da Bahia. Eu visitei muitos estádios no Brasil, até fui ao clássico Avaí x Figueirense. Gosto da energia que o futebol dá aos brasileiros, apesar de que acho que às vezes ele desvia a atenção dos problemas reais do país.> Guy Pichard, de 35 anos, é jornalista e fotógrafo freelancer e, atualmente, mora em Paris.
Serviço:
United Colors of Football
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