Pai e filho israelenses têm coleção de cachecóis, flâmulas, chaveiros e pins de futebol
Até aqui, Simon e Ido Moses têm 3 mil cachecóis, 600 flâmulas, 700 chaveiros e 800 pins
Cachecóis de futebol são uma febre. Mesmo em países de clima tropical, centenas de clubes e seleções já lançaram modelos. Mas dificilmente algum colecionador possua tantas peças quanto Simon Moses, de 60 anos, e Ido, de 29, pai e filho. Distribuído em suas casas, os israelenses têm cerca de 3 mil cachecóis.
E não fica só nisso. Loucos por futebol, a coleção deles conta ainda com 600 flâmulas, 700 chaveiros e 800 pins de clubes e seleções. É quase um museu boleiro, que ocupa dois quartos e uma sala. “Eu costumo viajar só para comprar souvenires de futebol”, relata Simon, morador da cidade de Be’er Sheva.
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Preferência por cachecóis
A preferência deles são os cachecóis. A tradição da vestimenta nos estádios começou na Europa, onde o uso de casacos no frio impedia a identificação das torcidas. Na coleção, há itens de todos os países da América do Sul e da Europa. “Os melhores são produzidos em Portugal”, indica Simon.
O guia turístico já gastou um bom dinheiro em 16 anos de colecionismo, mas prefere não pensar sobre isso. “Se eu calcular, precisarei ser internado”, brinca. Os mais caros até hoje foram do Peñarol, do Uruguai, e do Young Boys, da Suíça, que custaram 40 dólares cada. “Já investi um tesouro, mas tô feliz”.
“Se eu calcular (quanto já gastei), precisarei ser internado”. (Simon Moses)
A compra mais curiosa aconteceu numa loja de sapatos em Londres. Na vitrine, estavam dois cachecóis de times pequenos ingleses que Simon não possuía. “Peguei um par de mocassins e disse: ‘Eu compro junto com os cachecóis’. Eles não tiveram escolha”, diverte-se.
O israelense já fez muitas amizades mundo afora com trocas de artigos de futebol, mas o maior parceiro ele formou em casa mesmo. Ido, estudante de Comunicação, assumiu o compromisso de ampliar a coleção. “Meu filho está continuando a linhagem”, comemora.
Fã do Brasil
Os cachecóis brasileiros estão entre os preferidos de Simon. “Quando tinha 8 anos, falava aos professores sobre a linha de ataque Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagalo. Li muito sobre Djalma Santos, Nilton Santos, Brito, Jairzinho, Gerson, Tostão, Leônidas, Zico, Rivelino, Gilmar, Sócrates, Jair, Careca e Ademir”, enumera.
Dos 3 mil cachecóis de futebol, até a publicação desta matéria eram 66 do Brasil, dos 42 times abaixo (em ordem alfabética).
– ABC, América-RJ, Atlético-MG, Atlético-PR, Avaí, Bahia, Botafogo, Brasil de Pelotas, Caxias, Ceará, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Grêmio, Guarany, Internacional, Joinville, Juventude, Juventus, Londrina, Metropolitano, Náutico, Palmeiras, Paraná, Ponte Preta, Portuguesa, Remo, Rio Grande-RS, Santa Cruz, Santos, São Paulo, São Paulo-RS, Sport, Treze e Vasco.
Alguns desses cachecóis já seriam bastante alternativos até mesmo para um colecionador que vivesse no Brasil, como do Guarany, time de Sobral, cidade quente do Ceará onde nunca se usa a vestimenta. “Eu prefiro itens de países onde o futebol é uma religião”, explica o torcedor do Maccabi Tel Aviv.
“Eu prefiro itens de países onde o futebol é uma religião”. (Simon Moses)
Mesmo distante do Brasil, Simon acompanha o futebol brasileiro como se estivesse perto. “Minha vida é conduzida pelos resultados do Fla-Flu e a posição na tabela, por exemplo, de Portuguesa, Bragantino, Figueirense, Grêmio, Vasco e Santos, a melhor equipe da história antiga”, destaca. “Fiquei triste com a eliminação na Copa do Mundo de 2018”.
Claro que tudo isso causa estranheza em Israel. “Quando eu e meu filho comentamos sobre Ceará, São Caetano ou Coritiba, os amigos pensam que estou falando chinês”, aponta Simon. “Estou pronto para competir com todos os especialistas do futebol brasileiro”. Pelo visto, ninguém duvida disso.
Página da coleção de Simon e Ido Moses:
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