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Fotógrafo da bolada de Branco está vivo sim senhor

O mito da morte surgiu após levar uma bolada em chute de Branco, em jogo do Brasil em 1994

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Luciano-Sitolini
Luciano Sitolini ainda hoje precisa dizer que não morreu (Foto: Acervo pessoal)

Luciano Sitolini sempre recebe telefonemas com o mesmo pedido: “Luciano, eu fiz uma aposta com um amigo, diz pra ele que você não morreu”. Claro, ele está vivo sim senhor, mas nas últimas décadas foi obrigado a se acostumar com as dúvidas dos outros sobre isso. Tudo por conta do mito que surgiu após levar uma bolada em chute de Branco, em jogo da seleção brasileira em 1994.

Era o último amistoso de preparação para a Copa do Mundo. Goleada do Brasil de 4 a 0 sobre El Salvador, em Fresno. Morando nos Estados Unidos desde 1991, Luciano trabalhava para o já extinto Jornal Brasileiro do Vale, da cidade. Então com 31 anos, ele escrevia a coluna esportiva e, naquele jogo, estava fotografando atrás do gol salvadorenho. A cena a seguir, relatada em detalhes, não sai de sua mente.

“Quando já estava 4 a 0, Branco entrou no lugar de Leonardo. Numa jogada de ataque, pensei que Branco iria cruzar da mesma forma que Leonardo, então desviei a câmera para o gol. Em seguida eu estava no chão com a cara sangrando e um monte de gente em volta”, revive. “Lembro de tudo”.

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Branco se ressente dos boatos de que matou um jogador e um jornalista (Foto: Reprodução)

Luciano foi levado ao hospital, onde ficou internado até o dia seguinte. O estrago foi grande. Ele passou por cirurgia, afetando parte da visão – foram nove pontos dentro do olho esquerdo. Perdeu ainda dois dentes, sendo preciso esperar três meses para o rosto desinchar e só então ir ao dentista.

Com o tempo, a ausência de informações proliferou o boato de que ele teria morrido em consequência da bolada. “Não sei de onde tiraram essa ideia”, diverte-se. Em entrevista ao UOL, Branco já confessou que sofre com a versão de que teria matado, além do fotógrafo, o meia escocês Murdo MacLeod, em jogo da Copa do Mundo de 1990.

“Numa jogada de ataque, pensei que Branco iria cruzar, então desviei a câmera para o gol. Em seguida eu estava no chão com a cara sangrando e um monte de gente em volta”. (Luciano Sitolini)

Branco sabe que Luciano não morreu, pois ambos se encontraram alguns dias após o incidente, na concentração da equipe. “Branco me recebeu muito bem em Stanford, onde eles faziam os treinos. Me deu uma camisa da seleção e assinou a bola que levei”, conta.

Porém, a pancada no rosto marcou o fim da carreira na fotografia. “Já tinha escapado algumas vezes de bolas quando trabalhava em jogos de basquete”, resgata Luciano, hoje com 50 anos. Atualmente ele mora em Clóvis, na Califórnia, onde atua na Medicina Nuclear. Campo bem mais seguro que a linha de fundo do gramado.

Resumo de Brasil 4×0 El Salvador (veja em 2:00):

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