Zé-Cruz: o clássico alternativo de Porto Alegre
Os rivais divergem: abaixo da dupla Gre-Nal, ambos se proclamam a terceira força da cidade
Texto de Eduardo Luiz Avendano, de Porto Alegre.
Aos que pensam que a capital do estado do chimarrão vive só de Gre-Nal, o Zé-Cruz aparece para mostrar o equívoco. Em dia de clássico, as camisas e bandeiras azuis e brancas aquecem os torcedores no lugar de casacos, numa média de 4 mil pessoas nos estádios. Pouco se comparado aos grandes de Porto Alegre, mas sim algo considerável.
Fundados em 1913, num intervalo de dois meses de diferença um para o outro, o clássico foi disputado pela primeira vez em 1914. Vitória do Cruzeiro, o mais jovem.
Hoje em dia, o duelo “alternativo” de Porto Alegre vive um pequeno drama, pois vem tendo sua rivalidade cada vez mais diminuída, após transferência do Cruzeiro para Cachoeirinha, cidade da região metropolitana, a 20 km do Estádio Passo D’Areia, do São José. Ao todo, 12 km separam o Passo D’Areia do Beira-Rio e 6 km da Arena do Grêmio. Já Cachoeirinha está a 30 km do Beira-Rio e 19 km da Arena do Grêmio.
Na temporada 2016, o São José luta entre os grandes do estado em busca do título estadual, enquanto o Cruzeiro tenta evitar a Divisão de Acesso em 2017. No segundo semestre, a incógnita se forma, visto que nenhuma das duas equipes tem garantida a participação no Campeonato Brasileiro, em nenhuma divisão sequer.
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Campeão gaúcho em 1929 e da 2ª divisão estadual em 2010, o Cruzeiro já teve muito moral. Primeiro clube do estado a viajar à Europa, em 1953, o Leão da Montanha teve como torcedor o escritor Moacyr Scliar, tem a simpatia do criador da camisa da seleção brasileira, Aldyr Schlee, e já possuiu como jogador da base o cantor Diogo Nogueira.
Nenhuma curiosidade supera, porém, o orgulho do Cruzeiro de ver sua camisa ser usada numa Copa do Mundo, em 1950, em jogo entre México e Suíça, que entraram em campo com as mesmas cores em Porto Alegre. Assim, os mexicanos vestiram listrado em azul e branco. Um privilégio único no futebol brasileiro.
O São José também se gaba de um feito no continente. Foi o primeiro time sul-americano a viajar de avião, em 1927, numa excursão a Pelotas. A viagem era uma aventura tão surreal que até mesmo o peso dos jogadores do Zequinha foi consultado pelo comandante antes do embarque.
Sem títulos na 1ª divisão gaúcha, o São José conquistou duas vezes a 2ª divisão, em 1963 e 1981. O time também leva desvantagem no histórico de confrontos, com 55 vitórias contra 64 do rival, em 153 partidas. Mas os números não sacramentam maioridade. Tanto um lado quanto o outro divergem: abaixo da dupla Gre-Nal, ambos se proclamam a terceira força da capital.
Perfis dos clubes:
Nome: Esporte Clube São José
Apelido: Zequinha
Fundação: 24/5/1913, em Porto Alegre
Estádio: Passo D’Areia, de 13 mil lugares
Títulos: 2ª divisão gaúcha (1963 e 1981)
Site: www.saojose.net
Nome: Esporte Clube Cruzeiro
Apelido: Leão da Montanha
Fundação: 14/7/1913, em Porto Alegre
Estádio: Arena Cruzeiro (em construção, em Cachoeirinha-RS), de 16 mil lugares; joga no Vieirão (do Cerâmica, em Gravataí-RS), de 8 mil lugares
Títulos: 1ª divisão gaúcha (1929) e 2ª divisão gaúcha (2010)
Site: www.cruzeiropoa.com.br
Clique no link e leia também:
http://www.verminososporfutebol.com.br/deu-no-jornal/site-celebra-futebol-do-interior-gaucho/
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Cruzeiro, meu time em Poa! Por causa do livro “A colina dos suspiros”, de Moacyr Scliar!