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Papo sério

“Pior seleção do mundo” não vence uma partida há quase 18 anos

San Marino é um dos seis microestados da Europa, com pouco mais de 61 km2

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Grande parte dos jogadores da seleção nacional são amadores (Foto: Divulgação)
Grande parte dos jogadores da seleção nacional são amadores (Foto: Divulgação)

Todo mundo que gosta de acompanhar futebol internacional está acostumado a ver grandes jogos entre grandes seleções, como Brasil, Argentina, Alemanha, França ou Itália. Está acostumado também a assistir a grandes torneios como a Copa do Mundo, a Copa América ou a Eurocopa. Contudo, essa nata do futebol internacional, na verdade, forma apenas uma pequena (quase ínfima) parte das 211 seleções nacionais que são oficialmente reconhecidas pela Fifa (Federação Internacional de Futebol), organização responsável pela governança mundial do esporte.

Existe todo um “submundo” (se é que podemos dizer assim) de seleções com pouca ou nenhuma tradição no esporte e que vivem à margem das grandes disputas e dos grandes torneios. Essas são seleções que jogam em estádios pequenos, quase vazios e suas partidas, muitas vezes, nem sequer recebem cobertura jornalística ou transmissão televisiva.

São equipes que, ao contrário das grandes seleções, não são formadas por atletas famosos que jogam em grandes times e são multimilionários. Essas equipes são, muitas vezes, formadas por jogadores que nem sequer são futebolistas profissionais e que apenas são “os melhores” (ou menos ruins) que aquela federação conseguiu recrutar para formar uma seleção nacional.

É sobre uma dessas seleções que a Betsonly falará hoje. A seleção que pode ser considerada, atualmente, a “pior do mundo”, segundo o ranking da Fifa. Lembrando que na Betsonly você encontrará sites de apostas com picpay.

Era uma noite calma e tranquila no Stadio Olimpico di Serravalle. Cerca de 200 pessoas assistiam ao jogo, no estádio que está localizado à beira dos Apeninos e que comporta pouco mais de 6.600 torcedores. A partida “não valia nada”, era apenas um amistoso, mas se tornaria histórica para a “pior seleção do mundo”. Logo no início do jogo, aos 6 minutos de partida, o atacante Andy Selva cobrou uma falta com perfeição e colocou a seleção da casa em vantagem. Dali até o final, a “pior seleção do mundo” seguraria o resultado que se tornaria a única vitória de toda a sua história.

Ao ler a história de insucessos dessa seleção, você pode até pensar que ela faz da OFC (Confederação de Futebol da Oceania) ou da AFC (Confederação Asiática de Futebol) ou mesmo da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe) ou então da CAF (Confederação Africana de Futebol) que são o “lar” de algumas das piores seleções nacionais do planeta. Mas não, essa seleção é parte da Uefa (União das Associações Europeias de Futebol), que junto com a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) abrigam as melhores e mais bem-sucedidas seleções do futebol mundial.

Aliás, talvez, fazer parte da Uefa seja o “grande problema” da “pior seleção do mundo”. Já que se ela fosse parte de algumas das confederações que citamos antes, ela provavelmente teria mais sucesso (e mais vitórias) do que ela tem atualmente. Mas de que seleção nacional estamos falando exatamente? De San Marino.

San Marino é um dos seis microestados que existem atualmente na Europa. Ocupando uma região de pouco mais de 61 km² e habitado por uma população de quase 34 mil pessoas, o país fica localizado no nordeste dos Apeninos. Todo o seu território está completamente cercado pelo território da Itália, país do qual os san-marinenses são completamente dependentes em todos os sentidos. San Marino possui o terceiro menor território e a segunda menor população entre todos os seis microestados europeus.

O país possui uma rica cultura e uma história bastante interessante. Ao longo de mais de 1.700 anos, desde sua fundação no ano 301, a pequenina nação conseguiu sobreviver a todo tipo de conflito, guerra e mudanças de poder nas potências europeias que a cercam e manteve sua independência e soberania. Isso também graças a sua localização privilegiada e de difícil acesso.

É claro que com tudo que foi dito acima, você já deve ter imaginado porque a seleção do país é tão “mal-sucedida” (se é que podemos dizer assim). Com uma população tão pequena, seguramente, não seria nada fácil construir uma seleção nacional minimamente competitiva. E mais, no caso de San Marino, o país nunca se preocupou muito em formar uma seleção nacional de sucesso. Apesar de o esporte ser bastante popular no país. Não obstante o fato de a Federação de Futebol de San Marino (FSGC) ter sido criada no distante ano de 1931, só em 1986 o país resolveu formar sua primeira seleção nacional.

Seu primeiro jogo (contra a seleção olímpica do Canadá) foi também sua primeira derrota. Em 1988, a FSGC passou a fazer parte oficialmente tanto da Fifa quanto da Uefa. A partir daí, passou também a disputar as competições oficiais que qualquer país europeu disputaria. Apesar de ter participado de todas as eliminatórias para a Copa do Mundo e para a Eurocopa desde então, a seleção nunca se classificou para nenhuma dessas competições.

Até porque, grande parte dos jogadores que compõem a seleção nacional do país são amadores. Muitos deles, inclusive, possuem outros empregos e praticam o futebol em suas horas vagas. A maioria deles atua no futebol san-marinense, que também é amador e posui apenas por uma liga nacional (o Campionato Sammarinese di Calcio), que é disputada, atualmente, por 15 clubes. Os poucos jogadores profissionais a vestirem a camisa da seleção san-marinense, geralmente, atuam em times pequenos e de divisões inferiores da Itália. Muitos deles, também, são nascidos em território italiano e, por serem filhos de san-marinenses, podem defender as cores do país.

Esse, inclusive, é o caso de Andy Selva, de quem falamos no início desse artigo. O herói responsável pelo gol que deu a única vitória da história da seleção san-marinense. O atacante é nascido em Roma, filho de pai italiano e mãe san-marinense e por isso pôde defender a seleção do país. Selva é também o maior goleador da história da seleção de San Marino (com 8 gols marcados) e, junto com Matteo Vitaioli, o jogador que mais vestiu a camisa do país, com 73 jogos pela seleção.

O atacante também é, provavelmente, o mais bem-sucedido futebolista a defender a seleção san-marinense. Já que ele atuou em diversos clubes italianos de renome, como o SPAL 1907, o Padova, o Sassuolo e o Verona. Além disso, Selva é o único jogador a marcar mais de dois gols com a camisa de San Marino, além de ter deixado sua marca contra seleções relativamente fortes, como Bélgica, Áustria e País de Gales. Não à toa, muitos o consideram o melhor jogador san-marinense da história

É seguro afirmar que dificilmente San Marino conseguirá, em algum momento de sua história, se classificar para uma grande competição internacional, como uma Copa do Mundo ou uma Eurocopa. Mas é fato, que mesmo com uma “ficha corrida” cheia de derrotas, San Marino tem muita história para contar.

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