Esta matéria foi publicada pelo autor deste site no Tribuna do Ceará.

Por pouco José Wilson Nascimento de Sousa não virou policial. Eram tantos Josés aprovados no concurso que ele passou batido ao conferir a lista. Por sorte, um amigo viu seu nome, e o avisou. Ali, o cearense decidiu: quando tivesse um filho, o batismo seria “diferente”. Pois a inspiração veio quando assistia futebol na TV, logo depois.

Era tempo de Copa do Mundo, em 1994. E a Bélgica estava em campo contra a Alemanha quando Wilson chegou em casa. Os gritos de Galvão Bueno nas defesas do goleiro belga chamaram a atenção do jovem. “Meu futuro filho teria o mesmo nome”, relembra o torcedor de Ceará e Flamengo. Em 2000, surgia Michel Preud’homme Viana de Sousa, em Fortaleza.

Porém, não foi fácil registrá-lo dessa forma. Cartórios da capital rejeitaram a homenagem. Por isso, ele precisou ir a Pentecoste, a 89 km de Fortaleza. “Sempre admirei o Preud’homme. Ele jogava muito”, enaltece Wilson, de 41 anos, referindo-se ao melhor goleiro da Copa do Mundo dos EUA.

O pequeno Preud’homme adora seu nome. Mas volta e meia precisa explicar a escolha dos pais, já que o goleiro belga não é tão conhecido entre os brasileiros. “As professoras sempre me perguntam, porque acham bonito e diferente”, conta o garoto.

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Louco por futebol, Wilson não parou por aí nas homenagens. Quando o Brasil foi eliminado pela Holanda na Copa de 2010, o nome de Sneijder ficou na memória dele e da esposa, Eliud Viana, de 40 anos. Dois anos depois, ao nascer o segundo filho, a escolha foi óbvia: Snayder Viana de Sousa, grafado dessa forma a pedido do cartório.

A criatividade no batismo já causou algumas situações engraçadas. No dia do jogo entre Holanda e México pelas oitavas-de-final, no Castelão, Wilson ouvia piadinhas dos amigos de tropa. “O filho do sargento vai perder!”, brincavam. Logo depois, Sneijder igualou o placar. Em seguida, virou a Holanda. Poucas vezes Wilson teve tanto orgulho do nome da cria.