Morador de Garanhuns tem TODA a casa com as cores do Santa Cruz
Bacalhau arrancou todos os dentes para pintá-los de vermelho, preto e branco
No primeiro cômodo, a frase soa redundante: “Aqui mora um tricolor”. Afinal, tudo, absolutamente TUDO nessa casa, é tricolor. Vermelho, preto e branco – cores do Santa Cruz, do Recife. Clube que poderia dizer que na cidade de Garanhuns, distante 235 km, possui uma sede alternativa.
Essa é a casa de Jairo Mariano da Silva, de 78 anos, mais conhecido como Bacalhau, torcedor-símbolo do Tricolor pernambucano. O mais famoso fã do time, quiçá um dos mais malucos do futebol brasileiro. O adjetivo não é nada superlativo. Tudo na vida dele gira em torno do Santa Cruz.
Bacalhau só veste roupas com as cores dos time, há 40 anos. Diariamente, pinta as unhas de tricolor. O cabelo branco ostenta as laterais em vermelho e preto. E, a maior das loucuras, ele arrancou todos os dentes para pintá-los definitivamente com as três cores. O torcedor se diverte ao relembrar:
– Pra fazer o que você quer, só se arrancar os dentes – disse o dentista a Bacalhau.
– Pois então arranque tudo! – respondeu.
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Ponto turístico
A casa onde vive, no bairro da Boa Vista, é um ponto turístico em Garanhuns. A fachada é inconfundível, também nas cores do Santa Cruz. Dentro, é o museu particular de uma vida de devoção ao time do Recife.
Todos os móveis são tricolores. O que não é, ele pinta. Até mesmo o papel higiênico, que Bacalhau cuidadosamente faz listras vermelhas e pretas antes de usá-lo.
Ele que manda
Ai da esposa se reclamar de tudo isso… “Minha mulher não acha nada, quem acha sou eu. Prefiro perder mulher do que perder o Santa Cruz, que só tem um”, reflete Bacalhau. Por via das dúvidas, desde que a esposa ameaçou abandonar a casa, todos os móveis são cimentados ao chão. Seguro morreu de velho.
“Minha mulher não acha nada, quem acha sou eu. Prefiro perder mulher do que perder o Santa Cruz, que só tem um”. (Bacalhau)
Os 11 filhos herdaram a paixão de Bacalhau, mas nenhum incorporou a loucura. Por isso, geralmente suas aventuras são solitárias mesmo. Na maior delas, foi de bicicleta até Salvador, distante 1.050 km, para ver um jogo contra o Bahia.
Depois de 15 dias de viagem, chegou desorientado. Entrou no lado da torcida do Bahia, e teve que ver caladinho a surra de 5 a 0 que o Santa Cruz tomou. Na volta, mais mil quilômetros pedalando. “Eu não podia deixar a bicicleta”.
Recuperação de doença
Recentemente, Bacalhau teve sérios problemas de saúde, na próstata. Em meio ao desespero, chegou a tentar o suicídio. No momento, ele se recupera do tratamento.
No dia que partir dessa para outra, o roteiro já está desenhado. Seu jazigo no cemitério de Garanhuns já está pronto. É todo tricolor, assim como o caixão.
Para finalizá-lo, falta somente instalar um sistema de som que tocará o hino do clube de coração sempre que alguém apertar um botão. Será a trilha sonora ideal para lembrar do torcedor que virou tão grande quanto os maiores ídolos do Santa Cruz.
> João André Neto, do site Ceará Mirim Livre, foi um dos turistas que já visitaram a casa de Bacalhau.
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Casa de Bacalhau virou ponto turístico (Foto: João André Neto)
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Casa de Bacalhau virou ponto turístico (Foto: João André Neto)
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Casa de Bacalhau virou ponto turístico (Foto: João André Neto)
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Casa de Bacalhau virou ponto turístico (Foto: João André Neto)
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Casa de Bacalhau virou ponto turístico (Foto: João André Neto)
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// TV Verminosos
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