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Garrincha: De craque da Copa de 1962 a um fim de vida decadente em duas décadas

O ponta-direita, maior jogador da história do Botafogo, foi um dos melhores dribladores do futebol

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O camisa 7 formou parceria imbatível com Pelé: juntos, eles nunca perderam (Foto: Reprodução)
O camisa 7 foi titular indiscutível numa era de ouro da seleção brasileira (Foto: Reprodução)

Por Sérgio Sá

Se você ama futebol, provavelmente sabe quem foi Manoel Francisco dos Santos, nosso eterno Garrincha. Mas se ainda não conhece toda história dessa lenda, fique tranquilo, a KTO apostas conta agora para você.

Nascido em 28 de outubro de 1933, em Pau Grande, Rio de Janeiro, Garrincha foi um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. Ídolo do Botafogo e da Seleção Brasileira, o eterno camisa 7 é tido até hoje como o maior driblador de todos os tempos.

Origem humilde

Manoel não teve uma infância fácil, ao lado de 15 irmãos, vivia de forma humilde no distrito de Magé, (RJ). Uma de suas irmãs, inclusive, foi a responsável por apelidá-lo de Garrincha, em referência a um pássaro muito comum na região em que eles moravam e que o garoto amava ficar correndo atrás. E foi com este apelido que ele ficou conhecido no mundo tudo.

Garrincha sempre se interessou pelo futebol. Chegou a jogar no clube da cidade, mas um problema de nascença na coluna fazia com que o sonho de se tornar jogador profissional parecesse improvável.

Chegou a fazer teste no Flamengo e no Vasco, mas foi duramente rejeitado por sua condição física, já que sua perna direita era seis centímetros maior do que a esquerda. Cansado de não ter oportunidade de atuar no time profissional da cidade, foi tentar a sorte no Serrano e jogou por lá quase um ano.

Foi então que Arati, ex-jogador do Botafogo, viu Garrincha atuando e ficou encantado com a habilidade e facilidade que ele tinha em passar pelos marcadores. Ao final da partida, o jogador convidou o garoto para um treino no clube carioca.

Garrincha foi contratado logo após seu 1º treino no Botafogo (Foto: Reprodução)
Garrincha foi contratado logo após seu 1º treino no Botafogo (Foto: Reprodução)

Um treino histórico

Em 1953, chegava a General Severiano um atacante de pernas tortas, que nunca havia treinado com um time profissional antes e que teria a dura missão de passar por Nilton Santos, um dos maiores defensores da época.

Cenário intimidador para qualquer garoto, certo? Não para Garrincha! O atacante foi para cima e aplicou três dribles desconcertantes em Nilton Santos, que depois do treino pediu para os dirigentes contratassem o jovem jogador.

Foram 12 anos defendendo o Botafogo. Pelo clube carioca, se tornou um dos maiores pontas direita do mundo. Com um repertório interminável de dribles e uma habilidade pouco vista até então, o garoto era o terror das zagas adversárias. Seu comportamento em campo soava até um pouco arrogante, mas sua simpatia e humildade fora dos gramados cativava a todos.

As constantes exibições de gala pelo Botafogo estavam chamando cada vez mais a atenção e foram cruciais na sua convocação para a Copa do Mundo da Suécia, em 1958. O Brasil contava com grandes atacantes naquela época, mas era impensável não dar uma oportunidade para o camisa 7 que vivia grande fase.

Garrincha começou os dois primeiros jogos no banco de reservas, mas na terceira partida, contra a URSS, aconteceu a estreia de uma das maiores duplas da Seleção: Pelé e Garrincha. Os dois jogaram muito nos jogos seguintes e foram fundamentais para a chegada da equipe até a final.

A decisão foi contra a Suécia, mas nem mesmo um gol aos 4 minutos dos donos da casa abalou a confiança da Seleção. Final 5×2 e o Brasil se sagrava campeão mundial pela primeira vez.

Juntos, Garrincha e Pelé nunca perderam um jogo pela seleção (Foto: Reprodução TV Globo)
Juntos, Garrincha e Pelé nunca perderam um jogo pela seleção (Foto: Reprodução TV Globo)

O auge da carreira

Após a Copa, Garrincha virou um dos maiores jogadores do futebol brasileiro. Titular incontestável do Botafogo, o craque conquistou dois Campeonatos Cariocas em cima do Flamengo e brilhou na excursão que o time fez pela Europa e América Latina.

Em 1962, na Copa do Chile, o Brasil contava com Pelé e Garrincha em grande fase. O camisa 10 era a grande estrela do time, mas na segunda partida, contra a Tchecoslováquia, o Rei se machucou e ficou fora do restante do Mundial. Foi aí que entrou a estrela de Garrincha.

O craque do Botafogo começou a jogar demais, deu um baile nos adversários e carregou o Brasil até a final. No dia da decisão, o camisa 7 apresentava um quadro de febre, mas foi para o jogo. Com uma atuação discreta, viu o time brilhar e vencer novamente a Checoslováquia. O Brasil, então, se tornava bicampeão mundial.

Em 1963, Garrincha começou a declinar na carreira. Uma lesão mal curada no joelho e os problemas com o álcool começaram a interferir diretamente nas suas performances. Em 1966, deixou o Botafogo e nunca mais jogou em alto nível. Passou por Corinthians, Flamengo e Vasco, mas sem nenhum protagonismo, longe disso.

Um craque com tantas glórias viveu um final de trajetória melancólico, onde chegou a atuar por alguns anos em clubes de pequena expressão e até amadores. Em 1972, o anjo das pernas tortas anunciava sua aposentadoria.

A vida pessoal de Garrincha também era conturbada. Em 1962, o jogador assumiu o namoro com Elza Soares. O problema é que Garrincha era casado na época, e a cantora foi apontada como o motivo da separação do jogador.

Apesar disso, os dois viveram juntos por 15 conturbados anos. O problema de Garrincha com o alcoolismo tirava Elza do sério. Ela chegou a percorrer bares pedindo para que não servissem bebida ao jogador. A cantora presenciou, como poucos, a decadência de Garrincha.

O relacionamento entre Garrincha e Elza Soares deu o que falar nos anos 60 (Foto: Reprodução)
O relacionamento entre Garrincha e Elza Soares deu o que falar nos anos 60 (Foto: Reprodução)
Triste fim

Foram duas tentativas de suicídio, três acidentes de carro, e incontáveis internações por alcoolismo. Um dos momentos mais difíceis do relacionamento foi quando Garrincha, embriagado, causou um acidente de carro que tirou a vida da mãe de Elza.

Eles tiveram um filho juntos, Francisco dos Santos Júnior, que faleceu em 1986, aos 9 anos, em um acidente de carro. Ao todo, Garrincha teve 11 filhos com quatro mulheres.

Em 20 de janeiro de 1983, aos 43 anos, morria Garrincha, vítima de uma cirrose no fígado, causado pelo excesso de bebida. O ex-jogador morreu sozinho e falido. Um triste fim, para aquele que foi considerado um herói nacional.

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4 respostas para “Garrincha: De craque da Copa de 1962 a um fim de vida decadente em duas décadas”

  1. Meu pai era fã do Garrincha e eu não conhecia essa triste história. Indignada com a situação como pode se entregar ao alcoolismo com um futuro brilhante. Muito triste pela história dele.

  2. Eu tive o privilégio de ver o garincha jogando. Não mais em time profissional. Mas sim quando tinha um time que fazia apresentação com o nome do time milionário no início dos anos 80

  3. Muito triste um excelente jogador ter passado por tantas mazelas sem ter uma mão amiga para acolher e ajudar!
    Os bajuladores com poder e dinheiro infelizmente ignoraram o drama de um homem que rendeu títulos para o país. Não foram capazes de retribuir as glórias com ajuda médica e financeira.
    São merecedores de repúdio e nojo.
    Que a estrela do futebol e ser humano Garrincha tenha o descanso merecido e a dignidade que lhe foi negada nesse plano.

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