Carlo Ancelotti é sem dúvidas um dos grandes treinadores do que passou do século XXI. Sua lista de títulos é impressionante: quatro Champions League, três títulos mundiais, cinco títulos nacionais em cinco países diferentes e influência para técnicos do mundo inteiro, inclusive do antigo ocupante do cargo na seleção brasileira, Tite.

Porém não é sempre que até os mais bem-sucedidos têm sucesso. E a carreira do italiano teve algumas viradas bastante curiosas, especialmente nos últimos anos.

É evidente que se assumir o posto de comandante da seleção brasileira, ela automaticamente ficará ainda mais em evidência. Se nas últimas Copas ela já foi a favorita para as plataformas de aposta, inclusive a casa de aposta betano, para 2026 seria ainda mais. Só que é legal que os torcedores brasileiros saibam dos pontos altos e baixos da carreira de Ancelotti.

Técnico sem medo de mudança

Como jogador, Ancelotti não saiu da Itália. Ele começou no Parma, que estava na terceira divisão. Após três temporadas ele foi para a Roma, onde mais jogou, sendo conterrâneo, e grande amigo, de Falcão.

Sua carreira continuou com força no Milan, onde fez parte dos esquadrões da equipe no fim dos anos 80 e começo dos 90, mas teve que se aposentar aos 33 anos por causa de lesões.

Sua trajetória como treinador também começou na Itália, mas desde lá passou pela Inglaterra, Espanha, França e Alemanha. Se vier para o Brasil, fica ainda mais claro que Ancelotti não tem medo de mudança.

Saídas esquisitas

Não é nada estranho que um treinador saia de um clube. As eras de Alex Ferguson no Manchester United e de Arsene Wenger no Arsenal são cada vez mais raras.

Ancelotti teve um período longo no Milan, onde ganhou tudo e montou times históricos, com craques em várias posições. Mas desde lá os períodos de duas e três temporadas são uma regra para o italiano.

A primeira saída do Real Madrid foi uma das esquisitas, afinal ele conquistou a Champions League no final da temporada 2013/14, a décima do clube depois de mais de uma década de seca e com várias conquistas do Barcelona. Uma temporada depois ele seria demitido depois de perder todas as principais competições e ver o Barça ganhar tudo.

Depois de um ano de descanso, Ancelotti foi para o Bayern de Munique substituir Pep Guardiola. Em sua primeira temporada ganhou a Bundesliga. Em sua segunda foi demitido com o presidente do clube afirmando que cinco jogadores teriam pedido sua saída.

Sua próxima passagem foi para o sul da Itália, dirigindo o Napoli. Em sua segunda temporada ele foi demitido, após ganhar por 4 a 0, por causa da relação problemática com a direção do clube. Ele ainda passaria pelo Everton, sem grandes resultados, antes de voltar para o Real Madrid de forma até surpreendente visto o estado de sua carreira. E deu certo.

Muitos títulos, algumas derrotas doídas

Na Champions League de 2003/04, defendendo o título, o Milan chegou em A Corunha para a segunda partida das quartas de final depois de ter vencido o jogo de ida por 4 a 1. Noventa minutos de jogo e o Milan estava eliminado, sofrendo um 4 a 0 humilhante com Dida, Maldini, Nesta, Cafu, Pirlo, Seedorf, Gattuso, Kaka e Shevchenko em campo.

Nem todos lembram dessa derrota porque no ano seguinte o Milan chegou na final da Liga dos Campeões e abriu 3 a 0 contra o Liverpool no primeiro tempo. Mas no segundo levou o empate, Shevchenko perdeu um gol feito na prorrogação e os italianos perderam nos pênaltis.

Ancelotti sem dúvidas sabe como levantar troféus, mas já encarou muitas derrotas inacreditáveis.