Quando foi pela primeira vez a um estádio, vitória do Corinthians sobre o Santos por 5 a 2, em 1993, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista, Anderson Adriano não imaginava que teria um importante papel na preservação da história do Timão. Aquele ingresso seria o primeiro de um incrível acervo corintiano.

Duas décadas depois, em 2014, o torcedor iniciou uma caçada por bilhetes de jogos do seu time de coração. Assim, nasceu o projeto “366 Dias de Corinthians Invicto – De Janeiro a Janeiro”, que busca digitalizar todos os ingressos do Timão, seja de partidas como mandante ou visitante.

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Quase 50% dos ingressos

Até o momento, Anderson já reuniu imagens digitalizadas de 2.752 ingressos diferentes, dentre os 6.231 jogos profissionais disputados até então – há controvérsias sobre o total, mas aí é outra história.

Ou seja, já são 44,17% dos jogos do Corinthians. “Minha meta é alcançar os 50%. Não dá para cravar um número exato, porque todo dia chega algum ingresso diferente”, explica o promotor de vendas, de 49 anos.

“Minha meta é alcançar os 50%. Não dá para cravar um número exato, porque todo dia chega algum ingresso diferente”. (Anderson Adriano)

As ajudas, felizmente, têm sido muitas nessa procura. Importante ressaltar, não é preciso que os corintianos enviem seus ingressos para Anderson. Basta uma imagem digitalizada.

“Os coringão e até mesmo essa nova geração estão sempre ajudando na captura de ingressos antigos e recentes”, agradece Anderson, morador de Guarulhos (SP). “E também tem os colecionadores de outros times, que sempre fortalecem a coleção”.

Coleção física também

Dos 2.752 jogos com ingressos digitalizados, Anderson tem 861 bilhetes físicos. Das 375 partidas do time na Arena Corinthians, ele possui 326 ingressos impressos. “Teve 47 jogos sem torcida no estádio durante a pandemia de Covid, mas em alguns fui lá também”, diverte-se.

Na coleção, existem ingressos de todas as finais em que o Corinthians foi campeão desde o Paulistão de 1977. Já o mais antigo é de um amistoso contra o AIK, na Suécia, empate em 3 a 3, em 1952, parte de excursão que rendeu uma Fita Azul – título concedido a times que retornavam invictos.

Inauguração do Pacaembu

Há ainda uma verdadeira relíquia na coleção: o ingresso da inauguração do Pacaembu, festa realizada em 28 de abril de 1940. Por sinal, é possível perceber o empobrecimento do design dos ingressos de futebol a partir da virada do século.

“Foi quando eles ganharam um formato de cartão telefônico”, aponta Anderson. “Os ingressos dos anos 60 a 80 são os melhores, não se apagam com o tempo e tinham carimbos dos jogos no verso”.

“Os ingressos dos anos 60 a 80 são os melhores, não se apagam com o tempo e tinham carimbos dos jogos no verso”. (Anderson Adriano)

Veja ingressos de jogos históricos:

Dica para não apagar

Os ingressos físicos que Anderson tem na coleção são mantidos dentro de um saquinho, numa caixa de sapatos. Já os bilhetes dos jogos realizados na Arena Corinthians, inaugurada em 2014, são arquivados numa pasta em ordem cronológica.

Com o tempo, para evitar que os papéis se apaguem, Anderson passou a usar cola tenaz. “Cria-se uma camada que protege o ingresso. Claro, isso tem que ser feito antes de começar a apagar a escrita do ingresso”, ensina o colecionador.

Quando atingir 50% dos ingressos na história do Corinthians, Anderson promete doar a coleção digitalizada ao clube. “Desde que seja uma coisa formal, assinada pelo presidente. E também quero uma postagem no site e nas redes sociais”, condiciona.

Como acompanhar

Por ora, é possível acompanhar a evolução do acervo pelas redes sociais do projeto. No Facebook, há imagens de um ingresso de cada ano desde 1940, além de uma planilha com todos os ingressos.

“Para quem quiser ajudar, assim fica bem mais fácil”, torce o colecionador. Em rede, e graças à iniciativa de Anderson Adriano, corintianos estão contando a história do próprio clube.

> Texto originalmente publicado em 1º de abril de 2022.

Serviço:

Perfis do projeto
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Perfis de Anderson Adriano
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Veja mais ingressos da coleção:

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