Poucas pessoas sabiam, em 2011, como seria o novo Castelão. O artesão Luiz Paixão Fontenele era um deles. Responsável pela produção das maquetes expostas no canteiro de obras da reforma da arena, ele guardou bem o segredo. E, hoje, 40 anos depois da inauguração, o cearense orgulha-se de ter feito parte da história da arena.

Contratado pelo governo do Ceará dois anos antes da reinauguração oficial do estádio, Paixão levou seis meses de trabalho para produzir duas maquetes. Se milhares de operários construíram o novo Castelão em dois anos, foram as mãos dele que moldaram o mini-Castelão. À base de materiais como acrílico, madeira, PVC e tinta.

As maquetes, expostas no museu do Castelão e no prédio administrativo, medem 2,80m x 1,60m e 50cm e pesam 70 kg. “Foi uma obra bem trabalhosa. A estrutura era muito difícil de ser reproduzida”, relata Paixão, proprietário da LM Maquetes.

Quando começou a construir a maquete, a informação correu de boca em boca no bairro Dionísio Torres, onde fica seu ateliê. Até aquele momento, poucos sabiam como seria o novo estádio, em reforma para a Copa do Mundo de 2014. Por isso, ele foi orientado pela construtora a ter precaução diante da vizinhança.

Foi uma obra bem trabalhosa. A estrutura era muito difícil de ser reproduzida”.
Luiz Paixão, artesão.

“Às vezes, eu precisava fechar as portas para deixar os curiosos longe”, relata Paixão, torcedor do Ceará. Especializado em maquetes de prédios e conjuntos habitacionais, até então o artesão tinha feito poucas reproduções de estádios, uma delas do próprio Castelão, na reforma concluída em 2001.

Não é à toa que tenha sido Paixão novamente o autor da maquete do estádio. “Essa é uma profissão em extinção, pois não surgiram substitutos”, relata o cearense, de 53 anos, 30 deles dedicados a esse trabalho. “Em Fortaleza, por exemplo, só existem três”, constata.

Pelas duas maquetes do novo Castelão, Paixão recebeu R$ 70 mil. Nada mal.

Fotos das maquetes de Luiz Paixão:

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