O Dia da Independência marcará uma data importante para os anões de todo o Brasil. Pela primeira vez, pessoas de baixa estatura entrarão em campo para defender o país numa disputa internacional de futebol. E o primeiro compromisso da seleção brasileira de anões será contra a Argentina, no Rio de Janeiro, no dia 7 de setembro.

A equipe recém-formada conta com 14 jogadores, cedidos pelos cinco times existentes no país. A base (7 jogadores) faz parte do Gigantes do Norte, de Belém, a mais antiga equipe de anões do Brasil. Os demais jogam por Carioquinhas (RJ), Mini Craques (SP), Gigantes do Cangaço (CE) e Itabaianinha (SE).

• Leia também:
• 
  Papo sério

  Em Buenos Aires, cada esquina tem um time
• 
  Deu a louca

  Argentina e Peru fazem duelo de anões
• 
  Deu a louca

  Pulga y Pelusa, time de anões da Argentina
• 
  Deu a louca

  Rapadura Cearense, pequeno grande time

“Ainda não existe um campeonato brasileiro, mas esse será nosso segundo passo. A ideia é que, a partir da repercussão desse grande amistoso, apareçam mais jovens interessados em praticar futebol, e assim novos times surgirão”, conta José Carlos Rosário, presidente interino da Seleção Brasileira de Futebol de Anões (Brasa).

O jogador mais baixinho é Yuri Almeida, que mede 1m, enquanto o mais alto é Arlen Medeiros, com 1m40 – ambos do elenco do Carioquinhas. A proposta da seleção de anões é disputar jogos de futebol soçaite (com seis atletas de linha + goleiro) ou futsal (quatro de linha + goleiro). O primeiro duelo será nos gramados, utilizando-se do conjunto do Gigantes do Norte.

Adversário experiente

Será um difícil desafio, já que a seleção da Argentina é formada por uma equipe que treina e joga junta desde 2012. No caso, o Pulga y Pelusa (uma referência aos apelidos de Messi, a “Pulga”, e Maradona, a “Pelusa”, bolinhas que se formam em roupas), time que já foi tema de matéria do Verminosos por Futebol em 2015.

Os argentinos viajam pelo país em duelos festivos contra ex-jogadores, times locais e equipes femininas. O mais baixinho mede 1m15, enquanto o mais alto tem 1m43. De lá pra cá, o Pulga y Pelusa e a seleção da Argentina nunca perderam. Nem mesmo em confrontos contra outras seleções de anões, como Peru, Chile e Paraguai, a quem já enfrentaram.

“O clássico Brasil x Argentina está no nosso sangue, até se a gente se enfrentar em bolinhas de gude. Esse duelo é algo que estamos esperando com muito entusiasmo”, destaca Facundo Mariano Rojas, diretor-técnico da equipe e da seleção argentina. E presidente da Fundação Nendivé, que atua na socialização de anões, marginalizados lá como cá.

“Ainda não existe um campeonato brasileiro, mas esse será nosso segundo passo”. (José Carlos Rosário)

Se a seleção brasileira ainda não recebeu atenção da CBF, a equipe argentina viajará ao Rio de Janeiro com todo o apoio da AFA, que cedeu uniformes. “Nós queremos que o Dia da Independência do Brasil celebre esse novo esporte, quebrando juntos a barreira do ‘Você não pode'”, prega Facundo. “E, se houver riso, o riso será compartilhado”. Esse é o espírito!

Serviço:

Fanpages das seleções de anões – Brasil e Argentina.

Curiosidade:

> Existe uma olimpíada de anões realizada a cada quatro anos, a World Dwarf Games. A última edição aconteceu nos EUA, no estado de Michigan, enquanto a próxima, que ocorrerá de 4 a 12 de agosto, será em Ontário, no Canadá. Além de Brasil, Argentina, Paraguai, Chile e Peru, também há seleções de futebol de anões nos EUA, no Irã e no Congo.