Pulga y Pelusa, time de anões da Argentina
O mais alto mede 1,30m, enquanto o mais baixo tem 1m. O menor tênis tem tamanho 34
Como a maioria dos meninos da Argentina, Facundo sempre quis ser um jogador de futebol. O sonho, porém, acabou vencido por uma limitação descoberta na adolescência: o nanismo. Por ter estacionado em 1,20m de altura, não foi possível ingressar em clubes profissionais. Mas o jovem, hoje com 24 anos, não se deu por vencido. Ele lidera o Pulga y Pelusa, a única equipe do país que reúne anões.
O time é mantido pela Fundação Nendivé, criada há três anos por Facundo Mariano Rojas para socialização de anões. Morador de Corrientes, ele se uniu a outros nove fãs de futebol em igual condição, de diferentes cidades. E, assim, passou a viajar pelo país, em jogos amadores. “Enfrentamos juntos as nossas diferenças, usando o esporte para obter respeito e alegria”, explica o jovem, locutor de rádio e estudante de jornalismo.
“Enfrentamos juntos as nossas diferenças, usando o esporte para obter respeito e alegria”. (Facundo Mariano Rojas, líder do Pulga y Pelusa)
Desde a estreia em maio de 2014, o Pulga y Pelusa disputa partidas de futsal ou futebol soçaite, entre equipes de cinco a sete jogadores. O mais alto da turma mede 1,30m, enquanto o mais baixo tem 1m. O tênis mais pequenino parece um chaveiro: possui tamanho 34. “Como não existem outras equipes de anões no país, a gente enfrenta times de músicos e de jogadores de destaque em alguma cidade, como parte de eventos de caridade”, indica Facundo.
No batismo, o time de anões recebeu os apelidos dos dois baixinhos argentinos que se tornaram gigantes do futebol mundial: Messi (Pulga) e Maradona (Pelusa – bolinhas que se formam em roupas de meninos). Se ambos, durante a adolescência, usaram o talento para superar a discriminação de treinadores quanto à baixa estatura, os portadores de nanismo precisam levantar a cabeça todo dia. E também na vida adulta.
“Em todo o mundo e em toda a história, pessoas com acondroplasia (anormalidade genética que provoca o nanismo) sofrem com olhares desconfortáveis ou mesmo zombaria, mas as coisas estão mudando rapidamente, e para melhor”, aponta Facundo. “As redes sociais estão ajudando muito nisso, aproximando gente como a gente. Nosso lema é ‘ria comigo, não de mim'”.
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Já consolidado na Argentina, o Pulga y Pelusa tenta viabilizar amistosos contra equipes de anões brasileiros, como Gigantes do Norte, de Belém; Gigantes do Cançago, de Fortaleza; Anões City, de Itabaiana-SE; Minicraques, de São Paulo; e Carioquinhas, do Rio de Janeiro. “Pelo que sabemos, somente os dois países têm times que fazem a inclusão de jogadores com baixa estatura”, constata Facundo.
O sonho dele, por sinal, é bem maior. É convencer as entidades esportivas de seu país para oficialização de uma seleção de futebol de anões, para desafio contra uma equipe brasileira durante os Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. “Isso seria fantástico”, suspira. Sem dúvida, com o perdão do trocadilho, um jogo desse no Maracanã seria um dos pontos altos do evento.
Contato do Pulga y Pelusa:
www.facebook.com/pulgaypelusa
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Bacana isso.
Usar o esporte para a inclusão é sensacional.