Por que Fábio Porchat usou camisas cearenses?
Em esquetes sobre presidiários, o personagem Negalê veste camisas de Ceará e Fortaleza
O Porta dos Fundos já homenageou os dois principais times cearenses. Bem, foi uma homenagem ao estilo deles, com a sacanagem de sempre. Em duas esquetes com assembleias de presidiários, o personagem Negalê veste camisas do Ceará e do Fortaleza. E sofre com bullying dos presos. Mas por que essa escolha curiosa?
“Queríamos quebrar com essa ditadura Rio-São Paulo de sempre aparecer camisa do Flamengo, do Vasco, do São Paulo ou do Corinthians. E usamos a do Fortaleza porque nunca vimos essa camisa sendo utilizada em vídeo”, explica Fábio Porchat, que interpreta Negalê.
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Por isso, no primeiro vídeo, “Assembleia Geral“, lançado em 2012, o Porta dos Fundos optou por uma camisa do Fortaleza da temporada 2000. Desde então, a esquete teve 2,6 milhões de visualizações. Diante da repercussão entre cearenses, em nova aparição de Negalê, no vídeo “Convenção“, deste ano, o protagonista vestiu camisa do rival alvinegro.
“Soubemos que a torcida do Ceará estava sacaneando a do Fortaleza, então resolvemos mostrar que somos de todos os times, e não de um exclusivo”, pontua Porchat. A camisa, do mesmo fabricante, a Penalty, foi utilizada na temporada 2011. Em nove meses, o segundo vídeo já teve quase a mesma audiência – 2,3 milhões.
Apesar da escolha, as blusas não são do vascaíno Porchat. São de Antônio Tabet, que possui cerca de 300 camisas de futebol. “Gosto de usá-las para treinar ou jogar pelada. Não as trato com cuidado de colecionador, mas tenho algumas invejáveis”, conta o flamenguista.
“Soubemos que a torcida do Ceará estava sacaneando a do Fortaleza, então resolvemos mostrar que somos de todos os times, e não de um exclusivo”. (Fábio Porchat)
As camisas cearenses foram presente de empresa que patrocinava os dois times. “A do Fortaleza ainda tenho. Já a do Ceará dei para um torcedor apaixonado que me abordou na rua, implorando por ela porque faltava na coleção dele”, relata Tabet. “Dei de presente para um anônimo”.
Talvez esse torcedor não se perceba, mas essa não é uma camisa do Ceará qualquer. Já foi vestida por Tabet e Porchat.
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Conheça o autor
O jornalista Rafael Luis Azevedo, 42, é editor do Verminosos desde 2012. É um dos 15 profissionais mais premiados na história do jornalismo no Nordeste, segundo o Portal dos Jornalistas. Cobriu as Copas do Mundo de 2010 e 2014, foi co-autor de livros sobre o Ceará e o estádio Presidente Vargas e diretor dos documentários "Aqui é Flamengo" e "Mimo: O Milagre de Milagres" (vencedor do Cinefoot 2022). Na carreira, passou pelos sites Tribuna do Ceará, Vós e O Povo Online, jornal O Povo, rádio Alece FM e TVs Jangadeiro/SBT, O Povo/Cultura, Cidade/Record e Alece TV, todos de Fortaleza, nos cargos de repórter, produtor, social media, editor, coordenador e diretor. Já fez reportagem e produção freelancer para as TVs Globo e France 24 (FRA), as revistas Four Four Two (ING), So Foot (FRA), Courrier International (FRA) e Placar e os sites BBC Brasil, Vice, UOL, Agência Pública e The Epoch Times (EUA), além de produção de documentários para as TVs France 2 (FRA) e National Geographic (EUA).
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