Esta é a camisa mais famosa do futebol mundial. A canarinho virou símbolo do país, tão reconhecida quanto a bandeira nacional. Sua criação foi de um gaúcho, Aldyr Schlee, em 1953. Recém-saído da adolescência, ele venceu aos 19 anos um concurso nacional para redesenho do uniforme da seleção. Por ironia, ganhou um brasileiro que não torce para o Brasil.

Após a derrota para os uruguaios no Maracanã em 1950, resolveu-se aposentar a camisa branca. Para isso, foi lançado um concurso de design pelo jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro. Schlee fez várias tentativas de conciliar as quatro cores do pavilhão no uniforme – um desafio, já que a imensa maioria dos times são bicolores ou tricolores.

Dentre 200 inscritos, foi escolhido o desenho que combinou camisa amarela com detalhes verdes, calção azul e meias brancas. Como prêmio, Schlee ganhou o equivalente a R$ 20 mil e um estágio no jornal. Mais tarde, ele voltou ao Rio Grande do Sul e virou jornalista, escritor e tradutor. Atividades que dividem fama com a conquista do concurso.

Nascido em Jaguarão-RS, sua ligação com o Uruguai sempre foi mais forte. “Minha casa ficava a 200 metros da fronteira”, justifica Schlee, em vídeo da Fifa TV. Atualmente com 79 anos, Schlee mora em Capão do Leão, município vizinho a Pelotas.

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Curiosamente, o criador da camisa canarinho sempre preferiu a seleção celeste, que impôs a maior humilhação do futebol brasileiro, responsável pela mudança do uniforme que o tornou famoso. Além do Uruguai, no seu coração só cabe um Brasil: o de Pelotas, o time para quem torce.

Esse modelo atual da seleção, com uma gola em Y, eu considero uma camisola de pijama. É ridículo”. Aldyr Schlee, em entrevista à Folha de São Paulo.

Em época de Copa do Mundo, o pessoal lá em casa fica pegando no pé. Eles torcem pelo Brasil. Mas eu sou Uruguai e ponto”. Aldyr Schlee, em entrevista ao portal Ig.

Fifa TV visita a casa de Aldyr Schlee: