Conheça a capital da Copa do Mundo 2010
É comum a muitos países os principais clubes de futebol serem da mesma cidade. Raro é quando os rivais são […]

É comum a muitos países os principais clubes de futebol serem da mesma cidade. Raro é quando os rivais são vizinhos de bairro. É o caso da África do Sul, onde Orlando Pirates e Kaiser Chiefs tiveram sua origem no famoso Soweto, em Joanesburgo. Isso mostra o quanto o centro financeiro sul-africano não merece ser lembrado apenas como o palco da final da última Copa do Mundo.
Pouco conhecido até 2010, o futebol da África do Sul tem uma história rica. No meio século de privações que o regime do Apartheid (1948/1994) rendeu aos negros, foi a bola uma válvula de escape. Assim o esporte se tornou paixão entre os oprimidos, em contraposição ao rúgbi, modalidade preferida dos brancos, os opressores.

Cidade mais rica do continente, era natural que Joanesburgo tivesse papel central na Copa do Mundo. Foi a única sede com dois estádios, o que não ocorria desde 1998, com Paris, na França. Foram reformados o Soccer City e Ellis Park, que juntos sediaram 15 dos 64 jogos, além de Orlando e Johannesburg, para treinos.
É imperdível a visita ao Soccer City, um gigante de 94 mil lugares. Situado no Soweto, o estádio foi construído como a marca do novo tempo sul-africano. Mas uma só arena no Mundial não era suficiente para Joanesburgo.

Menor e mais aconchegante, o Ellis Park era o estádio mais conhecido da África do Sul até 2010. Símbolo do rúgbi, foi lá onde, 15 anos antes, Nelson Mandela, líder político (e quase espiritual) dos sul-africanos, entregou a taça de campeão do mundo à seleção de rúgbi.
Durante um mês os sul-africanos se uniram no gosto por um único esporte. Passada a Copa, tudo voltou à normalidade: parte deles com o rúgbi, outra parte com o futebol. Se os brancos conhecessem o clássico entre Pirates e Chiefs, saberiam o que estão perdendo.

Me senti o Ronaldinho
O melhor da África do Sul é o seu povo. Negros ou brancos, eles amam o Brasil. Admiram o futebol verde-amarelo e nos veem como exemplo de convivência racial, por mais que a realidade em nosso país seja bem aquém da imagem que chega até eles.
Fui correspondente do jornal O Povo, de Fortaleza, na Copa do Mundo de 2010, permanecendo 45 dias na África do Sul. Certo dia, estava num supermercado de Joanesburgo quando fui surpreendido por uma funcionária. Ao olhar minha credencial e descobrir que era brasileiro, a senhora me agarrou forte. Em seguida, apontou para seu filho. E o garoto vestia… uma jaqueta da seleção brasileira.
Guardo até hoje as fotos do dia em que me senti o Ronaldinho.
Vale a pena conhecer:
- Soccer City: Dificilmente uma Copa do Mundo terá de novo estádio tão grandioso.
- Ellis Park: Aconchegante, tem mais a cara do futebol brasileiro.
- Ateliê de Alfred Baloyi: Fábrica do inventor da makarapa, o capacete que é um símbolo dos torcedores sul-africanos.
- Sandton: Para comprar camisas de times da África do Sul, há várias lojas nos shoppings do bairro.
- Loftus Versfeld: O estádio fica em Pretória, cidade vizinha a uma hora de carro.
Clubes de futebol e rúgbi de Joanesburgo
A cidade de Pretória, que forma com Joanesburgo a província de Gauteng, também tem dois clubes famosos: Mamelodi Sundowns, maior campeão da era pós-Apartheid e conhecido como “Brasileiros”, por jogar com camisa amarela, e Supersport United.
Joanesburgo e Pretória possuem ainda os times de rúgbi mais populares do País: Golden Lions e Blue Bulls, respectivamente.
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