Assim como na Copa das Confederações de 2013, o México também enfrentará o Brasil na Copa do Mundo de 2014. E novamente no Castelão. Se os mexicanos já conhecem o estádio, haverá outro motivo para eles se sentirem em casa em Fortaleza. Em Caucaia, município vizinho à capital cearense, há dois bairros cheios de ruas com nomes de cidades do México.

Um deles carrega um nome sugestivo: Parque Guadalajara. O outro é o Parque Potira. Neles, existem por exemplo as ruas Acapulco, Torreon, Poebla, Consumel, Tampico, Campeche, Vera Cruz e Galiente. Até mesmo uma cidade que foi mexicana, mas hoje faz parte dos Estados Unidos, acabou contemplada na homenagem. No caso, San Diego.

Esse batismo veio porque os dois bairros surgiram em 1970, em meio à Copa do Mundo do México. Eles se originaram de loteamento construído por uma imobiliária. “O Brasil festejava o tri, então a homenagem acabou sendo natural”, resgata Luiz Carlos Farias, morador da região desde 1996.

Era justo que o bairro de Luiz Carlos levasse o nome da cidade que abraçou mais forte a seleção. Guadalajara havia sido a casa de cinco dos seis jogos naquele no Mundial. E o nome foi reservado para a maior das homenagens em Caucaia.

Os bairros se situam hoje no distrito da Jurema, formado na década anterior à Copa do México a partir da desapropriação de famílias com a construção da avenida Leste-Oeste, em Fortaleza. Nos últimos anos, porém, algumas ruas abandonaram a homenagem mexicana graças à escolha de outros nomes por decisão de vereadores.

“É uma falta de respeito. Não era preciso mudar os nomes de ruas. Esses nomes podiam ser dados a equipamentos”, critica Luiz Carlos, que preside grupo que luta pela emancipação da Jurema. Nascendo, o município já teria 138 mil habitantes e seria o 5º maior do Ceará. Seria, além disso, a garantia de que as derradeiras ruas “mexicanas” de Caucaia não ganhariam nomes sem graça.