Os campos de várzea viraram oásis em meio à selva de pedra em muitas capitais do Brasil. Não à toa, a prática de futebol caiu de 9,1% para 7,2% entre os brasileiros, perdendo o 2º lugar para a musculação (11,2%) e ficando mais distante da caminhada (18%), como mostrou pesquisa divulgada nesta semana pela Universidade de São Paulo (USP). Os terrões lutam para sobreviver à especulação imobiliária, garantindo um tom avermelhado (ou às vezes esverdeado) a um cenário cada vez mais cinzento. Para celebrá-los, o fotógrafo Renato Stockler idealizou uma série de imagens de campos vistos do alto.

O ensaio “Terrão de Cima”, exposto em São Paulo durante a Copa do Mundo, traz fotos de 40 campos da capital paulista, de distritos como Ermelino Matarazzo, São Miguel, Iguatemi, Brasilândia, Campo Limpo, Jardim Ângela, Capão Redondo e Jardim Japão. Os registros foram feitos em helicóptero, em voos a partir de 2011. Ao todo, o fotógrafo ficou cerca de 3 horas no alto, em busca de campinhos.

“Estes campos são uma lufada de ar fresco para o duro cotidiano de quem vive na periferia de São Paulo. Eles mostram a urgência de locais públicos e comunitários para a prática de esportes e para melhorar a vida em comunidade, um retrato de quem luta por um momento de lazer. O terrão mostra-nos o verdadeiro futebol, longe de uma sociedade mediada por grupos de mídia poderosos. Sua crueza não pode ser instalada como um espetáculo de mídia”, descreve Renato, profissional com passagem por empresas como Folha de S. Paulo, Abril e Globo. Confira mais fotos abaixo.

> LEIA TAMBÉM

• Autônomos FC prega democracia na várzea
• 50 estádios mais legais que arenas da Copa

(Fotos: Renato Stockler)

Clique no link e leia também:

www.verminososporfutebol.com.br/deu-no-jornal/jogos-da-copa-de-2014-vistos-do-telhado