Diante do caos aéreo e do abuso de preços de hotéis que o Brasil viverá durante a Copa do Mundo, sortudo é o torcedor que pode viajar e se hospedar em veículo próprio. Dez amigos de Vitória-ES previram isso em 2010, durante o Mundial da África do Sul. Lá, eles decidiram juntar dinheiro. E, em 2012, transformaram um ônibus num motorhome que será a casa deles durante um mês.

O grupo batizado de Torcida na Estrada rodará o país atrás da seleção brasileira. Serão 14 mil km, da estreia em São Paulo até a final no Rio de Janeiro, onde esperam que o Brasil esteja em campo. “Provavelmente vamos gastar o mesmo que seria com aviões e hotéis. Só que o motorhome fica como patrimônio nosso”, compara o administrador Márcio Castello Miguel, de 38 anos.

O ônibus, decorado no exterior com logomarcas das empresas de alguns dos amigos, é uma casa e bar ambulantes. Projetado sob medida, nele existem camas para todos, e muito espaço no refrigerador. “Pode faltar alimento, mas cerveja nunca! Temos uma geladeira, um freezer e uma caixa térmica”, lista Márcio.

Para que ninguém precise ser o “motorista da rodada”, serão contratados dois profissionais, para assumirem o volante durante um mês. Foi dessa forma na Copa das Confederações, quando os amigos viajaram 7.500 km seguindo os passos da seleção brasileira. Nos 18 dias, não faltaram histórias engraçadas.

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“Um dia o cano do gerador caiu, vazou óleo e o motorhome ficou cheio de fumaça. A gente pensou que estava pegando fogo, por isso um dos amigos que é mais medroso quase pulou pela janela”, diverte-se Márcio. Não foi o único susto que virou motivo de risadas. Noutra ocasião, um dos amigos foi dormir bêbado na cama do “terceiro andar” (um triliche) e, na primeira curva, caiu no chão.

Com tanta resenha, o que não falta é gente querendo uma vaguinha no ônibus na Copa do Mundo e nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. “Nos três eventos, ficou decidido que só os 10 amigos viajam e dormem no motorhome. Fora isso, qualquer um dos sócios pode requisitá-lo e levar quem quiser”, pontua Márcio. Livrar-se de avião e hotel, seja em qual for a época, é um baita privilégio.

Provavelmente vamos gastar o mesmo que seria com aviões e hotéis. Só que o motorhome fica como patrimônio nosso”. Márcio Castello Miguel, administrador.

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