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Nova York passa a ter 3 clubes de futebol

A cultura esportiva nos Estados Unidos é bem diferente do futebol do Brasil. Principalmente quanto a rivalidades, que são mais […]

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Com três times, Nova York ganha cenário comum a grandes capitais (Arte: Wrong Side of The Pond)

A cultura esportiva nos Estados Unidos é bem diferente do futebol do Brasil. Principalmente quanto a rivalidades, que são mais regionais do que locais. Cada clube representa um município ou estado. Eventualmente, grandes cidades contam com mais de uma equipe, mas em parte desses casos os jogos ocorrem em municípios ou estados vizinhos, para não dividir público. Por isso algo que começa a acontecer no futebol de Nova York é quase sem paralelo no país.

A cidade mais presente no cinema possui mais de um time no futebol americano (Giants e Jets), hóquei (Rangers e Islanders), beisebol (Yankees e Mets) e basquete (Nicks e Brooklyn Nets), mas somente nos dois últimos esportes ambos atuam em Nova York. Agora, além do New York Red Bulls, o futebol local passa a contar com o retorno do New York Cosmos e com o recém-criado New York City FC.

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Nova York inspirará o futebol dos EUA?

O Cosmos tinha a intenção de se tornar o 20º clube da Major League Soccer (MLS), mas por questões financeiras reiniciou sua caminhada neste mês na North American Soccer League (NASL), a mesma franquia onde fez sucesso nas décadas de 1970 a 1980. Essa vaga cobiçada ficou com o New York City FC, parceria entre Manchester City e Yankees.

A dupla se junta ao Red Bulls, que não joga na cidade. O clube bancado pela empresa de energéticos Red Bull chegou a atuar no hoje demolido Giants Stadium, em Nova Jersey, mas agora tem um estádio próprio no mesmo estado vizinho a Nova York.

“Nós não temos medo da competição. Achamos que a economia do futebol desta cidade será capaz de suportar três equipes”, avaliou Seamus O’Brien, que liderou o retorno do Cosmos, em entrevista ao New York Times. “Eles sabem como colocar equipes num mesmo campeonato”, reforça Randy Levine, presidente do Yankees, referindo-se ao Manchester City, em entrevista ao Newsday.

Achamos que a economia do futebol desta cidade será capaz de suportar três equipes”. Seamus O’Brien, CEO do NY Cosmos.

Essa visão otimista não é compartilhada por todos de forma tão simplista. Para o jornalista D.J. Switzer, autor do blog futebolístico Wrong Side of The Pond (algo como o “lado errado da lagoa”), talvez o mercado do futebol dos Estados Unidos ainda não esteja maduro o suficiente para essa concorrência. “Considerando a luta do Red Bulls para preencher sua arena, isso pode ser problemático. Mesmo com bom transporte público, não é exagero imaginar até mesmo uma cidade do tamanho de Nova York não ser capaz de colocar 75 mil pessoas naqueles assentos semana após semana”, advertiu em artigo. “Eu gostaria de estar errado sobre isso, por sinal”.

Entre quem gosta ou não de futebol, a pergunta que ecoa é a mesma: será que Nova York, com tantos times em tantas modalidades, terá público para atender aos três clubes? Se podem Londres, Buenos Aires e Rio de Janeiro, com dezenas de times e alguns deles gigantes, por que a “capital do mundo” não?

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Campeonato de futebol de rua em plena Times Square, coração de Nova York (Foto: Divulgação)

Para D.J. Switzer, comunidade do futebol em Nova York será fortalecida

Verminosos por Futebol – Nova York é uma cidade que gosta de futebol? Qual é a base dessa audiência, são americanos ou imigrantes?
D.J. Switzer – Nova York é, definitivamente, uma cidade que adora futebol. Há grupos de fãs que se reúnem semanalmente em bares em todas as horas do dia, para quase todos os grandes clubes do mundo – incluindo brasileiros, como Santos, Corinthians e Fluminense. A população imigrante desempenha papel nisso, mas o apoio americano está crescendo ao longo dos últimos 5 anos.

Verminosos – Qual é a base de fãs dos três clubes de Nova York?
Switzer – Essa relação é ditada pela geografia. A torcida do Red Bulls é predominantemente do lado de fora da cidade, a partir de Nova Jersey, embora existam fãs em Manhattan também. O Cosmos pega toda a cidade, graças à sua herança de prestígio, mas estamos vendo uma grande parte do apoio vindo de Queens e Long Island. E eles também estão indo muito bem com o público latino. Quanto ao New York City FC, eles não têm uma base de fãs ainda, mas muitos torcedores do New York Yankees estão tendo interesse, por causa do envolvimento da equipe de beisebol.

Verminosos – Você acha que, com três times, a mídia de Nova York dará mais espaço ao futebol em detrimento dos esportes americanos tradicionais?
Switzer – Já houve um aumento na cobertura da mídia no futebol em Nova York. A chegada do Cosmos (que muitos dos moradores mais antigos da cidade ainda estão familiarizados) e o alto perfil por trás do New York City FC definitivamente ajudaram nisso.

D.J. Switzer é jornalista, mantém o blog Wrong Side of The Pond e contribui para outros blogs, mas ganha a vida no recrutamento universitário, levando jovens talentos esportivos para faculdades.

Blog Wrong Side of The Pond:
http://wrongsideofthepond.com/

(*) Observação: Além de Rangers e Islanders, Nova York considera que tem um 3º time de hóquei, o New Jersey Devils, baseado em Nova Jersey. Entendendo assim, esse é o único caso de três equipes numa mesma cidade dentre as quatro principais ligas dos Estados Unidos – além da NHL, a NFL, NBA e MLB.

Clubes de futebol de Nova York:

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New York City Football Club
Fundação: 21/5/2013.
Proprietários: Manchester City (sócio majoritário) e New York Yankees, time de beisebol de Nova York.
Estádio: Planeja construir um estádio de 25 mil lugares em Flushing Meadows, no distrito de Queens, mas sofre oposição por ser essa uma área pública. Enquanto não tiver estádio, o time poderá jogar no Yankee Stadium, inaugurado no Bronx, em 2009, no lugar do antigo estádio do Yankees, de 1923. Esse estádio, de 50 mil lugares, já recebeu partidas de futebol.
Campeonato: O time será o 20º clube da Major League Soccer a partir de 2015.
Uniforme: Adidas.
Site: www.nycfc.com

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Inicialmente o New York City FC pode jogar no Yankee Stadium, do Yankees

O diretor de futebol Claudio Reyna, natural de Nova Jersey, terá o papel de formar a equipe enquanto os dirigentes trabalham nos bastidores a questão do estádio. Dinheiro não vai faltar para a formação do elenco, já que quem está bancando tudo é o bilionário sheikh Mansour bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, de Abu Dhabi, dono do Manchester City. Com o pagamento de uma taxa de US$ 100 milhões pela inscrição, o clube recém-criado tomou a 2ª vaga da Nova York na MLS, que estava nas mãos do New York Cosmos.

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New York Cosmos
Fundação: 4/2/1971.
Proprietário: Paul Kemsley, que adquiriu o clube de Peppe Pinton, o homem que manteve a marca adormecida desde que a Warner se desfez do negócio, em 1984.
Estádio: O Hofstra Stadium, de 15 mil lugares, na universidade de Hofstra, distrito de Long Island, será usado temporariamente. De 1971 a 1984, o Cosmos atuou nos estádios Yankee, Downing, Giants e no próprio Hofstra, com médias de público que chegaram a 47 mil torcedores por jogo. O clube pretende construir seu primeiro estádio, com 25 mil lugares, em Belmont Park, Long Island.
Campeonato: O Cosmos retornou no dia 3 de agosto, na North American Soccer League (NASL), franquia que voltou em 2010 e usa o mesmo nome da competição que durou de 1968 a 1984.
Títulos: Campeão da NASL em 1972, 1977, 1978, 1980 e 1982.
Uniforme: Nike.
Site: nycosmos.com

Hofstra-Stadium-Cosmos
O New York Cosmos inicialmente vai jogar no estádio da universidade Hofstra

O primeiro time com elenco verdadeiramente global, que já contou com Pelé, Beckenbauer e Cruyff, voltou de forma mais modesta. Apesar de ter o privilégio do Rei do Futebol como embaixador, a única estrela na equipe é o volante Marcos Senna, brasileiro naturalizado espanhol. O técnico é o venezuelano Giovanni Savarese, que se mudou ainda jovem para estudar em Nova York. Mas o sonho é alto, e mira a MLS. Por enquanto, a NASL vai servir de treino, principalmente para os atuais dirigentes.

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New York Red Bulls
Fundação: 1995 (como New York MetroStars).
Proprietário: Red Bull, que comprou o clube em 2006 e mudou seu nome.
Estádio: O time atua no Red Bull Arena, em Harrison, no estado vizinho de Nova Jersey, inaugurado em 2010, para 25 mil lugares. No primeiro jogo, o Red Bulls venceu o Santos de Neymar por 3 a 1. Antes, o time jogava no Giants Stadium, em East Rutherford, Nova Jersey, demolido em 2010 para dar lugar ao estacionamento do MetLife Stadium, nova casa do Giants e do Jets.
Campeonato: Foi um dos fundadores da Major League Soccer (MLS), onde está até hoje.
Uniforme: Adidas.
Site: www.newyorkredbulls.com

Red-Bull-Arena-Red-Bulls
O New York Red Bulls construiu seu estádio no estado vizinho de Nova Jersey

Mesmo sendo um dos clubes mais famosos da MLS, o Red Bulls nunca conquistou um título em 17 tentativas – a 18ª está sob a responsabilidade do técnico Mike Petke. Em 2010, o time buscou internacionalizar sua marca ao contratar o atacante francês Thierry Henry, mas isso não foi suficiente para garantir a conquista da taça até aqui. Curiosamente, o nome do clube foi adaptado para Red Bulls (no plural) por força da torcida e da imprensa americana, seguindo a tradição do esporte dos Estados Unidos.

Filme “Cosmos Once In A Lifetime”, sobre o Cosmos:

Projeto do novo estádio do Cosmos:

Apresentação do New York City FC:

Apresentação da temporada 2013 do New York Red Bulls:

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