O estádio mais bonito do Brasil tem nome: é o Afonsão, de Careiro Castanho (AM)
Quase todo cercado por um rio, o estádio Afonsão conta com gandulas equipados com canoas

Existe um estádio no Amazonas onde os gandulas trabalham a bordo de canoas. Culpa da geografia única do estádio Antônio Afonso Jacob de Souza, o Afonsão, da cidade de Careiro Castanho, a 86 km de Manaus. Localizado numa pequena península banhada pelo rio Castanho, ele é cercado por água em três lados.
A proximidade do rio, apesar de garantir beleza em imagens aéreas, causa um prejuízo prático. Qualquer chute mais forte para fora do estádio joga a bola lá nas águas. A solução é ter gandulas a postos em três canoas, distribuídas em cada lado do Afonsão.
“Muitas vezes a bola fica na margem por causa das copas das árvores, mas quando ela cai no rio os gandulas usam as canoas”, conta o educador físico Jamy de Carvalho Campos, gerente de esporte da prefeitura de Careiro – conhecida como Careiro Castanho, para diferenciar-se da vizinha Careiro da Várzea.
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Terreno sem risco nas cheias
O estádio Afonsão foi inaugurado em 1994, e recebeu esse nome em homenagem ao ex-prefeito Antônio Afonso Jacob de Souza. Construído pela prefeitura, conta com 8 mil lugares – o suficiente para abrigar 1/5 dos 38 mil habitantes do município.
“O motivo da construção do estádio nesse local, cercado pelas águas, foi devido a doação do terreno, feita por um morador que tinha um time, o Iracema Futebol Clube, e porque o local é alto, sem risco de alagamento em caso de cheias”, explica Jamy.
Apesar de em fotos o estádio parecer estar bem ao lado do rio, a distância para a margem chega a ser de 50 metros. Mesmo assim, tem muito jogador que manda a bola lá onde o peixe dorme.
Afluente do Solimões, o rio Castanho é profundo e tem uma forte corrente. Por isso, é preciso de uma operação a cada jogo. Meninos da comunidade recebem R$ 40 para ficar nas canoas.
“Perdemos muitas bolas, pois quando elas vão muito distante não dá tempo de pegar por causa da correnteza. Já chegamos a perder 20 bolas por campeonato”, relata Jamy.
“Perdemos muitas bolas, pois quando elas vão muito distante não dá tempo de pegar por causa da correnteza”. (Jamy de Carvalho Campos)
O estádio Afonsão, mantido pela prefeitura de Careiro, tem 8 mil lugares (Foto: Reprodução) Bola no rio pode render punição
O estádio Afonsão é palco dos jogos da liga local, que possui 12 times participantes, além de duelos de campeonatos das comunidades da região. A proximidade das águas obrigou os organizadores de torneios a proibir a tática de chutar a bola para o rio propositalmente.
“Nosso regulamento coíbe essa ação. Se for o caso de o atleta chutar a bola com a intenção de atrasar o jogo, e se isso for constatado pelo quadro de arbitragem, ele será punido com a suspensão de uma partida”, aponta Jamy, também presidente da liga.
Além dos jogos do campeonato municipal, um dos maiores orgulhos do Afonsão foi sediar o estadual em 1999. “Todos os anos, recebemos a Copa dos Rios, coordenada pela Federação Amazonense de Futebol”. Com esse nome, não tinha estádio mais oportuno para o torneio.
Em imagens de satélite fica fácil de entender a posição do estádio em relação ao rio (Foto: Google) Vale o crédito!
O Verminosos por Futebol foi atrás dessa história graças ao Mário Adolfo Filho.
Momento cultural: Estádio Municipal Afonsão, que fica no município do Careiro Castanho, no Amazonas – a 100 km de Manaus. A cidade não tem sequer um time profissional disputando as duas divisões do campeonato amazonense, mas tem estádio. Tem time grande aí que não tem! pic.twitter.com/v1PeXKaGMf
— Mário Adolfo Filho (@marioadolfo) July 8, 2020
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