Peladão, o torneio amador de Manaus que conta até com reality show na TV
O jornalista Leanderson Lima lista curiosidades sobre o maior torneio amador do país

Por Leanderson Lima, do jornal A Crítica, de Manaus.
O Amazonas não tem um time sequer disputando a divisão de elite do futebol nacional. O último a frequentar o “salão nobre” do futebol brasileiro foi o Nacional, no distante ano de 1986. Mas nem por isso o amor pelo esporte da bola arrefeceu no maior estado em extensão territorial do Brasil. E um torneio de futebol amador vem ajudando a manter esta paixão viva há 45 anos.
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 Nando, ex-jogador profissional revelado no Peladão (Foto: Márcio Silva/A Crítica) Nando, ex-jogador profissional revelado no Peladão (Foto: Márcio Silva/A Crítica)
 Peladão na Copa Além de revelar jogadores o Peladão também acaba ajudando a vender a imagem do Amazonas para o mundo. Todo ano é comum o torneio receber equipes de televisão de outros países interessados em cobrir o evento. O Peladão também já serviu de garoto propaganda de Manaus na Copa do Mundo. Sem futebol profissional na elite, o campeonato foi usado para mostrar aos “homens da Fifa” o tamanho da paixão do amazonense pelo esporte bretão. Uma paixão que é independente de campos bem cuidados, e que vem genuinamente de dentro do coração. Veja cadernos do jornal A Crítica sobre o Peladão:  Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica) Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
 Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica) Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
 Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica) Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
 Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica) Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
 Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica) Caderno semanal sobre o torneio (Foto: Reprodução A Crítica)
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 O jornalista Rafael Luis Azevedo, 42, é editor do Verminosos desde 2012. É um dos 15 profissionais mais premiados na história do jornalismo no Nordeste, segundo o Portal dos Jornalistas. Cobriu as Copas do Mundo de 2010 e 2014, foi co-autor de livros sobre o Ceará e o estádio Presidente Vargas e diretor dos documentários "Aqui é Flamengo" e "Mimo: O Milagre de Milagres" (vencedor do Cinefoot 2022). É também editor do Jornal da Cidade, da TV Cidade/Record. Antes, passou pelos sites Tribuna do Ceará, Vós e O Povo Online, jornal O Povo, rádio Alece FM e TVs Jangadeiro/SBT, O Povo/Cultura, Cidade/Record e Alece TV, todos de Fortaleza, nos cargos de repórter, produtor, social media, editor, coordenador e diretor. Já fez reportagem e produção freelancer para as TVs Globo e France 24 (FRA), as revistas Four Four Two (ING), So Foot (FRA), Courrier International (FRA) e Placar e os sites BBC Brasil, Vice, UOL, Agência Pública e The Epoch Times (EUA), além de produção de documentários para as TVs France 2 (FRA) e National Geographic (EUA).
							
							O jornalista Rafael Luis Azevedo, 42, é editor do Verminosos desde 2012. É um dos 15 profissionais mais premiados na história do jornalismo no Nordeste, segundo o Portal dos Jornalistas. Cobriu as Copas do Mundo de 2010 e 2014, foi co-autor de livros sobre o Ceará e o estádio Presidente Vargas e diretor dos documentários "Aqui é Flamengo" e "Mimo: O Milagre de Milagres" (vencedor do Cinefoot 2022). É também editor do Jornal da Cidade, da TV Cidade/Record. Antes, passou pelos sites Tribuna do Ceará, Vós e O Povo Online, jornal O Povo, rádio Alece FM e TVs Jangadeiro/SBT, O Povo/Cultura, Cidade/Record e Alece TV, todos de Fortaleza, nos cargos de repórter, produtor, social media, editor, coordenador e diretor. Já fez reportagem e produção freelancer para as TVs Globo e France 24 (FRA), as revistas Four Four Two (ING), So Foot (FRA), Courrier International (FRA) e Placar e os sites BBC Brasil, Vice, UOL, Agência Pública e The Epoch Times (EUA), além de produção de documentários para as TVs France 2 (FRA) e National Geographic (EUA).  



















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