O dia em que um jogo recebeu strip-tease
Nunca um jogo foi palco de cena tão despudorada. Já se vão 25 anos, mas o dia em que houve […]

Nunca um jogo foi palco de cena tão despudorada. Já se vão 25 anos, mas o dia em que houve um strip-tease no gramado do estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, ainda é lembrado. Iniciativa ousada num tempo em que marketing, futebol e nudez ainda não andavam de mãos dadas.
Foi na noite de 9 de julho de 1987, antes da partida entre Fortaleza e Quixadá, pelo Campeonato Cearense. A intenção era garantir renda aos jogos, que andavam com público minguado. A ideia foi do então presidente da torcida organizada Fiel Tricolor, Emanuel Magalhães, hoje com 54 anos.
Seria um jogo sem atrativos. Não fosse o anúncio que circulava nos bastidores de que um grupo de garotas faria um desfile “especial”. “Foi em frente ao cimento especial (setor da arquibancada do estádio) que elas tiraram a roupa”, relata Emanuel, no livro “PV: Biografia de uma Paixão”.
As garotas eram amigas do torcedor. Uma namorada, uma ex e duas amigas delas. Três de 21 anos e uma de 19. “Perdi o contato. Não eram garotas de programa, fizeram aquilo por amizade”. E um cachê de 1.500 cruzados. Os nomes delas? Deixa pra lá, é melhor não comprometer ninguém.
É claro que o strip-tease rendeu polêmica. No domingo seguinte, em jogo entre Fortaleza e Ferroviário, Emanuel acabou preso. Foi acusado de atentado ao pudor. O torcedor foi solto, mas teve de se apresentar a um juiz. O magistrado cobrou que nunca mais aquilo se repetisse. Atendido.
Apesar da repercussão negativa, o show obteve o que pretendia. De 500 a 600 torcedores por jogo naquela fase sem atenção do Campeonato Cearense, o público da noite chegou a 5.495 torcedores. Renda de 189 mil cruzados. “O dinheiro ficou todo com o clube”, relembra Emanuel, que se diverte com o episódio. “Falaram que depois eu organizaria uma apresentação de sexo explícito”.
Ah, o jogo terminou em 1 a 0 para o Fortaleza, gol do lateral-direito Caetano, pai dos irmãos cearenses Raffael e Ronny, hoje no futebol europeu. Do placar, certamente, pouca gente que estava no PV naquela noite deve se lembrar.
Saiba mais sobre o livro

PV: Biografia de uma Paixão – Corpo, Alma e Coração do Estádio Presidente Vargas
Publicação: 2011
Autores: Ciro Câmara, Cláudio Ribeiro, Rafael Luis Azevedo e Thiago Cafardo
Editora: Fundação Demócrito Rocha
À venda na FDR, em Fortaleza.
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