Lamadrid, o clube com torcida de presídio
Pequeno time de Buenos Aires, o estádio do Lamadrid divide muro com um presídio

Nenhum clube do mundo possui uma história similar a do Lamadrid. Pequeno time de Villa Devoto, bairro humilde de Buenos Aires, seu estádio divide muro com um presídio. Essa proximidade estabeleceu uma relação curiosa com os presos, que através das janelas têm com o futebol seu único contato com o mundo exterior.
A trajetória do Club Atletico General Lamadrid, que em 2015 completa 65 anos, é tema de um livro recém-lançado. O jornalista Marcelo Izquierdo, natural do bairro onde fãs e presos se unem numa mesma torcida, faz um retrato de toda essa mística que envolve o time em Carceleros – Lamadrid, el club y la prisión, ainda sem versão no Brasil.
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Carceleros (“carcereiros”, em português) é como o time é conhecido. Não à toa. O clube, atualmente na 4ª divisão da Argentina, surgiu 27 anos depois do presídio. E, tradicionalmente, as bandeiras azuis são estendidas não só nas arquibancadas modestas do estádio Enrique Sexta, de 3.500 lugares, mas também nas janelas das celas.

O prédio da prisão se localiza a cerca de 50 metros do campo, próximo o suficiente para uma visão privilegiada. Por ano, contabiliza Marcelo, cerca de 60 bolas são perdidas ao cair além do muro. “Quando vai uma nova, às vezes volta uma velha”, ironiza o jornalista, em entrevista ao jornal Mundo Deportivo, da Espanha.
Como é comum na Argentina, onde a cultura do futebol de bairro é valorizada, o Lamadrid se tornou motivo de orgulho não só para os moradores vizinhos do estádio, mas também para os presos. Algumas das histórias resgatadas pelo livro são maravilhosas. Como a de Mário Oriente.
“Este livro é uma homenagem aos clubes de bairro da Argentina, simbolizados pelo Lamadrid”. (Marcelo Izquierdo)
Torcedor do Boca Juniors, El Loco Mario foi preso e encaminhado a Villa Devoto. Com o tempo, apaixonou-se pelo Lamadrid. Ao ser solto, ele se mudou para o bairro, virou diretor do clube e criou o hino oficial dos Carceleros. Num modo peculiar, o futebol ajudou em sua ressocialização.
O livro é vendido por 378 pesos (cerca de R$ 150) no Mercado Livre.
Site do Lamadrid:
www.lama.com.ar
Entrevista em que o autor fala sobre o livro:
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