Um dos refrãos mais conhecidos da música no futebol brasileiro é o do hino do América do Rio: “Hei de torcer até morrer, morrer, morrer…” Para o dono de uma funerária de Senador Pompeu, município do sertão do Ceará, só isso não é o suficiente. É preciso torcer até depois de morrer.

José Bananeira, de 69 anos, ficou famoso na cidade, localizada a 280 km de Fortaleza, depois que apostou há quatro anos num produto pioneiro no Ceará: caixões de times de futebol. Comprados de uma fornecedora paulista, eles são vendidos por R$ 1.200 na sua funerária, a Caminho do Céu.

Estão disponíveis caixões de sete clubes: Ceará, Fortaleza, Flamengo, Botafogo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Os campeões de venda são de Flamengo e Corinthians, times mais populares no interior do Nordeste. “O meu é do Corinthians, pra quando chegar a minha hora”, ressalta José.

Empresário do ramo funerário há meio século, José Bananeira já viu muitas esquisitices. Mas poucas superam a do flamenguista que achou pouco só o caixão rubro-negro. “O enterro do Cícero Aleijado foi todo de Flamengo, teve camisa e tudo mais”, conta José. “Foi uma festa!”

Filho de peixe, peixinho é, reza o ditado. Pois três dos filhos do empresário também abriram funerárias, cada um numa cidade cearense: Icó, Iguatu e Jucás. E todos passaram a vender caixões de times. Lamartine Babo, criador do hino do América, deve estar rindo de tanta loucura por futebol.

Serviço:

Funerária Caminho do Céu
Rua Santos Dumont, 466, Senador Pompeu (CE)
Fone: (88) 3449-0325