Flanelinha sonha rever time da Espanha
Aquele dia ficou marcado para Claudemir dos Santos. Ele estava deitado num banco de calçada quando um rapaz de camisa […]
Aquele dia ficou marcado para Claudemir dos Santos. Ele estava deitado num banco de calçada quando um rapaz de camisa vermelha e calção azul passou ao lado, cercado de gente. Era o lateral Alvaro Arbeloa, que deixava o hotel em que a seleção da Espanha estava concentrada para dar um passeio na praia do Meireles, em Fortaleza. Sem timidez, o cearense se aproximou, e acabou virando personagem central de uma das belas histórias da Copa das Confederações de 2013.
Arbeloa e Claudemir trocaram passes na areia, diante das lentes de fotógrafos e cinegrafistas. De um lado um jogador milionário do Real Madrid. Do outro um morador de rua que sobrevive dos trocados que ganha como flanelinha. Por um breve momento, pareciam dois amigos. “Gostei dele. Só não consegui entender nada do que ele dizia”, relembra Mil Grau, como é conhecido.
Passado um ano, Claudemir bate ponto na mesma praia. De 17h às 5h, atua como flanelinha na Av. Beira-Mar. No restante do dia, entre um cochilo e outro, ajuda as barracas do calçadão. O trabalho rende de R$ 20 a R$ 30. “Não tenho casa, moro na rua”, conta o cearense de 31 anos, com fisionomia de muito mais.
Claudemir foi abandonado pelos pais aos 9 meses. Foi criado por outro casal, mas os conflitos o levaram para o mundo. “Era uma família desestruturada”, indica. O mesmo mal se repetiu quando ele próprio formou seu lar. Pai de dois filhos, hoje com 10 e 7 anos, o flanelinha mais tarde se separou da mulher, e então a rua o abrigou. “Não tenho mais contato com eles”.
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O torcedor do Ceará espera rever a seleção da Espanha, que jogará em Fortaleza nas oitavas-de-final da Copa do Mundo caso termine a 1ª fase na liderança de seu grupo. Ele acompanha futebol à distância, e nem sabia que Arbeloa não foi convocado. “Uma pena, pois parecia ser gente boa”, lamenta. Como Claudemir bem sabe, não é qualquer um que dá atenção a um morador de rua.
Gostei dele. Só não consegui entender nada do que ele dizia”. Claudemir dos Santos.
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