Nos anos 90, mudanças de camisas a cada temporada não eram bem vistas por todos
Resgatamos reportagem de 1996 que criticava a mais nova tendência de marketing esportivo
A cada temporada, um novo uniforme. Um só não; dois, três ou até mesmo quatro são lançados pela maioria dos times mundo afora, a cada ano. Virou tradição de tal forma que às vezes a gente esquece que, até pouco tempo atrás, essa prática não existia entre os clubes.
Até o início dos anos 90, times brasileiros e estrangeiros passavam mais de uma temporada com um mesmo uniforme. Com isso, as seguidas mudanças que começaram a surgir nas vestimentas, na primeira metade daquela década, não eram bem vistas por todos.
Um sinal disso foi uma reportagem da revista Placar da edição de março de 1996. Com o título “Troca-troca de camisas”, a matéria questionava as frequentes mudanças, que tornavam desatualizadas camisas compradas por torcedores após o lançamento de novos modelos.
- Leia também:
-
Jogo lúdico
Estudante recria quadro “A Última Ceia” com camisas de times brasileiros
Deu a loucaColecionador possui um apartamento inteiro com coleção de camisas
Carrinho de comprasBrechó inglês reúne 600 mil camisas de futebol em galpão em Manchester
Na geralVerminosos por Futebol ganha camisas
Em quatro páginas, a Placar contestava sobretudo os números 3 e comemorativos, tendência de marketing esportivo lançada na época. Por ironia, algumas dessas camisas viraram sonho de consumo entre torcedores, justamente por incorporarem desenhos que foram criticados pela reportagem.
A revista listou camisas que depois se tornaram célebres, como o modelo do Atlético-MG que estampou anos de seus títulos, a blusa do Coritiba que teve o nome do clube nas faixas, as listras do Santa Cruz em larguras diferentes e um design quadriculado da Portuguesa.
Nem o Brasil escapou
Nem mesmo a camisa da seleção brasileira, quando incorporou uma quarta estrela após o tetra em 1994, escapou dos questionamentos. Afinal, argumentava a legenda da ilustração, quem iria querer usar uma camisa com apenas três estrelas a partir de então.
“Modifica-se menos pela diversão do que pelo marketing”, atestava a reportagem, posicionando-se contra a nova moda. “O fenômeno traz novidades, movimenta o comércio, mas o modelo que você comprou na semana passada pode estar micado hoje”, alertava.
“O fenômeno traz novidades, movimenta o comércio, mas o modelo que você comprou na semana passada pode estar micado hoje”.
O então vice-presidente de marketing do Corinthians, Edgar Soares, achava improcedente o chororô – que, diga-se, não era somente da imprensa, mas também de torcedores ainda desacostumados. “Você não deixa de gostar de um filho só porque nasceu outro”, comparou.
“Tudo bem. Mas um filho novo por campeonato?”, finalizou o texto. De lá pra cá, incontáveis torcedores mundo afora acumulam dezenas, centenas e até milhares de camisas diferentes de um mesmo time. Como os tempos mudaram em poucas décadas, né não?
Confira a reportagem de março de 1996:
// Categorias
// Histórico de Publicações
// As mais lidas
-
1
Brasileiro tem coleção de camisas do Kawasaki Frontale, o “Grêmio Japonês”
-
2
Clube da 5ª divisão da Argentina se inspirou no escudo do Ceará
-
3
Este é o ranking de público na história do Campeonato Carioca (1971 a 2023)
-
4
Projeto Mantos Alencarinos lança segundo lote de camisas retrô de times cearenses
-
5
Colecionador de postais de estádios sofre AVC, e família coloca acervo à venda para ajudar no tratamento
-
6
Este é o ranking de público na história do Campeonato Paulista (1971 a 2023)
-
7
O ranking de público do Brasileirão na era dos pontos corridos (2003-2023)
-
8
Artista produz álbuns de figurinhas com ilustrações de jogadores
// TV Verminosos
Compartilhe:
Deixe uma resposta